VSR: vírus de outono. Sintomas e cuidados essenciais.

Estação costuma ter variações de temperatura e tempo seco, que favorecem a circulação de vírus e bactérias
sexta-feira, 28 de março de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

O outono é a época de maior variação de temperatura, com tempo mais seco e piora da poluição, favorecendo, assim, o aumento da circulação de vírus e bactérias que causam doenças respiratórias. Mas, um vírus que merece atenção mais cuidadosa, devido a sua maior incidência nessa estação, é o vírus sincicial respiratório (VSR). Somente no primeiro semestre de 2024, mais de 45% dos casos reportados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil foram causadas por ele.

A infectologista Lessandra Michelin ressalta que esse vírus é muito conhecido por pais de crianças pequenas por ser um dos principais patógenos associados à bronquiolite. Mas o VSR também pode ser grave para a população com 60 anos ou mais, principalmente naqueles que possuem condições crônicas de saúde, as chamadas comorbidades, podendo apresentar quadros mais graves da doença, como pneumonia e até o óbito. 

O VSR é um vírus comum que infecta o trato respiratório, podendo afetar desde o nariz até os pulmões, e costuma acometer principalmente os extremos de faixa etária, ou seja, crianças pequenas e idosos. “Em crianças, ele é conhecido por causar bronquiolite, já nos idosos, provoca sintomas parecidos com um resfriado, mas pode evoluir para doenças mais graves, como pneumonia, e até mesmo levar a óbito”, alerta Michelin.

Segundo a médica, o VSR pode ser facilmente confundido com outras infecções respiratórias, como a gripe e a covid. “A maioria dos adultos apresenta uma infecção leve do trato respiratório superior, com sintomas como coriza, tosse, febre, dor de garganta, dor de cabeça e mal-estar. No entanto, alguns podem desenvolver doenças graves do trato respiratório inferior, incluindo pneumonia. Além disso, a infecção por esse vírus pode piorar ou descompensar doenças crônicas pré-existentes, e indivíduos com 60 anos ou mais estão em maior risco”, comenta.

A transmissão acontece por meio de gotículas expelidas durante a fala, tosse ou espirro e contato com superfícies contaminadas. A fase contagiosa dura de três a oito dias, mas algumas pessoas, especialmente aquelas com um sistema imunológico enfraquecido, podem transmitir o vírus por até quatro semanas. 

“Vale alertar ainda que crianças pequenas são frequentemente expostas e infectadas pelo VSR, principalmente em ambientes como creches, escolas, parquinhos e festinhas, e poderão transmitir o vírus aos adultos em convivência próxima, como pais e avós. Pesquisas mostram que crianças em idade escolar são responsáveis por cerca de 54% a 73% das infecções domiciliares”, revela a médica.

Pessoas com 60+

“O VSR é mais conhecido por causa da bronquiolite em bebês, mas é essencial saber que a doença também tem risco de desfechos graves em idosos, principalmente naqueles com comorbidades como diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma e insuficiência cardíaca congestiva (ICC). É que, com o passar dos anos, assim como vamos envelhecendo, ocorre o mesmo com o sistema imunológico e, com isso, temos mais dificuldades em combater infecções”, reitera a infectologista. 

No Brasil, entre 2020 e 2022 foram notificados mais de 30 mil casos da doença, com uma taxa de letalidade em SRAG por VSR de 20,77% em 2022 em adultos de 60 anos ou mais. Em 2024, essa taxa de letalidade em hospitalizações, na mesma faixa etária, chegou a 20%.

Estudos mostram que adultos com 60+ com DPOC podem ter até 13 vezes mais probabilidade de serem hospitalizados devido a complicações do vírus. Portadores de asma podem ter até 3,6 vezes mais possibilidade de hospitalizações; e diabetes, até 6,4 vezes mais. Já com os portadores de ICC, há a possibilidade de até 7,6 vezes mais riscos de internações.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é clínico, mas a identificação e confirmação do VSR é feita por exames laboratoriais, entre os quais testes rápidos que detectam o antígeno viral e ensaios moleculares (como PCR). Mas, segundo a infectologista, os adultos raramente são testados para o VSR e, como os sintomas podem ser confundidos com um resfriado, a doença acaba sendo pouco conhecida e é subdiagnosticada. 

De acordo com Michelin, não há tratamento específico para o VSR. “A maioria dos pacientes costuma se recuperar em uma semana, mas, pessoas com 60+, podem ter uma recuperação mais lenta. Por isso é importante que os idosos conheçam mais sobre a doença, seus riscos, e procure um médico caso tenham sintomas”, orienta. 

A infectologista observa que qualquer pessoa, de qualquer faixa etária, pode contrair o VSR, e infecções repetidas podem ocorrer ao longo da vida, pois a imunidade por infecção não é duradoura. A Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e outras importantes sociedades médicas brasileiras recomendam a vacinação como uma das principais formas de prevenção contra o VSR. 

Além disso, algumas outras medidas podem ajudar a prevenir o contágio e a transmissão, como lavar as mãos frequentemente; evitar tocar no rosto, nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas; cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar; evitar contato próximo com pessoas doentes; limpar e desinfetar superfícies que são tocadas com frequência; e evitar sair de casa quando estiver doente.

 

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