O Dia Nacional da Matemática, comemorado neste sábado, dia 6, foi instituído em homenagem à data de aniversário do matemático Júlio César de Mello e Souza, nascido no Rio de Janeiro, em 1895, e falecido no Recife, em 1974. Com o objetivo de incentivar professores e alunos a desenvolverem atividades educativas e culturais sobre matemática.
Tendo em vista que essa disciplina costuma ser uma das que os estudantes mais têm dificuldade, a data também serve de pretexto para que os educadores estimulem os alunos demonstrando como ela faz parte do nosso dia a dia.
Antes da criação da homenagem, a matéria já era distinguida no estado do Rio de Janeiro e no município de São Paulo, por especialistas na vida e obra de Mello e Souza. Em 1995, propuseram que fosse criado o dia da matemática para marcar o centenário do também educador.
O projeto, apresentado em 2004 e aprovado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e na Câmara Municipal de São Paulo, deu início ao processo que resultaria na criação do Dia Nacional da Matemática. Contudo, a lei só foi sancionada 18 anos depois, em 2013.
Sobre o homenageado
Além de matemático, Júlio César de Mello e Souza foi professor, pesquisador, escritor e engenheiro. Sua relação com a matéria teve início aos 18 anos de idade, quando começou a lecionar. Sobre o tema, publicou 51 livros.
Seus livros mesclavam conteúdo de matemática em histórias envolventes com ambientação fantástica e enigmática. Dessa forma, ele conseguia passar conteúdo de forma lúdica, divertida e empolgante. Ao longo dos seus 79 anos de idade, produziu um total de 120 livros, incluindo os de literatura infanto-juvenil e o seu mais famoso “O homem que calculava”.
Contudo, Júlio assinava seus títulos com o pseudônimo de Malba Tahan, uma estratégia que ele adotou para que seus textos se tornassem atraentes para as editoras. O nome de Malba surge a partir de sua admiração pela cultura árabe, que o levou, inclusive, a construir uma falsa biografia para Ali Iezid Izz-Edim Ibn Salim Hank Malba Tahan. Desse modo, ele tornou seu personagem mais crível, e por fim, famoso.
Princípios em constante evolução
A história da matemática remonta à pré-história, com o surgimento dos números para indicar quantidades de animais, pessoas, produtos agrícolas, artigos artesanais etc. Na época, tais quantias eram representadas de diversas maneiras, como com pequenas pedras (cada uma indicava uma unidade) ou com marcas em objetos e construções (desenhos em cavernas, inscrições em tabletes de argila e até mesmo riscos em ossos).
Desde então, a matemática se desenvolveu em diferentes partes do mundo conforme a necessidade e o interesse dos povos. Alguns exemplos desse desenvolvimento são:
-
As técnicas de contagem, que deram origem ao sistema posicional utilizado atualmente;
-
A aritmética, a álgebra e a geometria, amplamente estudadas na Antiga Babilônia e no Antigo Egito, com a construção de técnicas específicas para cálculos;
-
A fundamentação, na Grécia Antiga, de uma Matemática entendida como ciência abstrata, pautada em argumentações e demonstrações;
-
A busca por rigor matemático em certas definições e por notações simbólicas a partir dos séculos 17 e 18.
É importante destacar que a evolução da matemática não ocorreu de forma linear em todo o planeta, mas foi fruto de trocas e contribuições de diferentes povos e culturas que se encontraram ao longo da história.
Isso significa que a matemática está “pronta e acabada”? Que o desenvolvimento matemático chegou ao final e que as ideias tradicionais não podem ser questionadas nem melhoradas? Que não há nada novo a ser descoberto? A resposta para todas essas perguntas é não.
Hoje, a matemática é utilizada para pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, de soluções para problemas sociais, econômicos e ambientais. Isso ocorre com o uso de computadores, que realizam simulações de situações e fenômenos complexos, cuja análise é baseada em princípios matemáticos teóricos, que estão em constante evolução. (Por Maria Luiza Alves Rizzo, professora de matemática)
Deixe o seu comentário