Desde tempos imemoriais a poesia é protagonista entre as formas literárias existentes, convivendo em harmonia com a rica diversidade dos outros meios de expressão.
Embora pensemos primeiro na poesia escrita, esse gênero também se sustenta na oralidade, transitando entre as duas possibilidades. Podemos falar, por exemplo, de uma poesia mais clássica, submetida ao rigor da metrificação e da rima, e também do verso livre, que não perde ritmo nem cadência, escritos ou falados.
Pode-se ler poesia, falar poesia, declamar poesia, menos ou mais teatralmente. Muitas performances são possíveis, assim como é possível que existam livros de poesia que servem melhor à leitura silenciosa, funcionam melhor vistos-lidos, enquanto outros podem e devem ser também falados/ouvidos.
Nos dias de hoje, a poesia continua forte, tanto nos livros — que são publicados em número considerável, em especial por pequenas editoras — e na internet, quanto na arte de rua, nas intervenções urbanas, nos slams.
Embora seja um gênero pouco abordado nas escolas, trata-se de uma das expressões artísticas mais circulantes e populares que há, capaz de mobilizar, politizar, fazer pensar, mover e demover, arrebatar, e não apenas romanticamente.
“Em Carlos Drummond de Andrade temos o moderno, o antigo, a singeleza e o exuberante, os extremos das mais variadas formas de poetizar a vida. Sua visão abrangente deu-lhe espaço suficiente para ir aos quatro cantos do mundo poético e aterrizar em nossos corações”, definiu nossa cronista, nesta edição.
É do “poetinha”, o letrista e compositor Vinicius de Morais, o eterno Soneto da Fidelidade, escrito em 1939: “De tudo, ao meu amor serei atento / Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto / Que mesmo em face do maior encanto / Dele se encante mais meu pensamento”...
Há algumas décadas, é notável a presença da poesia na internet: em blogs de poetas que ensaiam ali seus textos, em sites especializados, em e-books autopublicados, em espaços de poesia estritamente digital, isto é, uma poesia feita com os recursos desse ambiente e que só existem naquele nicho. E assim, vai sobrevivendo o gênero que há séculos conquista leitores em todo o mundo.
Boa leitura e bom fim de semana!
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