Tuberculose. Pacientes em tratamento no Estado terão cartão alimentação de R$ 250

Auxílio visa ajudar nas despesas mensais de quem tem a doença
segunda-feira, 24 de março de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Com o objetivo de reduzir a incidência e mortalidade por tuberculose, a Secretaria estadual de Saúde (SES-RJ) criou um pacote de medidas que inclui a emissão de um cartão-alimentação de R$ 250, além de investimentos para aquisição de equipamentos e insumos que ampliam e aprimoram o diagnóstico da doença. Dos 80 mil registros de casos no país, em 2023, cerca de 18 mil foram confirmados no Estado do Rio. Apesar de transmissível e grave, a tuberculose tem cura.

Dados da Gerência de Tuberculose da SES-RJ mostram que o número de casos notificados no Sistema Nacional de Notificação (Sinan-TB) apresenta tendência de aumento, com exceção da queda em 2020, devido ao impacto da pandemia da Covid-19, quando muitos diagnósticos não foram realizados. No entanto, a proporção do aumento tem apresentado desaceleração: em 2022, foi de 7,37% em relação a 2021 e, em 2023, alta de 3,19% em relação ao ano anterior.

Esse movimento pode indicar um cenário de redução de casos para os próximos anos. Os dados são do “Boletim Epidemiológico - Tuberculose 2025”, produzido pelos técnicos da SES-RJ e que será lançado nesta semana em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado em 24 de março.

Estudos mundiais apontam que pessoas com tuberculose têm seus gastos aumentados em cerca de 20%, incluindo os custos com a alimentação durante o tratamento, mesmo recebendo atendimento gratuito pelo SUS. Por conta disso, a SES-RJ implementou o cartão-alimentação mensal para todos os pacientes que estiverem em tratamento.

O cartão-alimentação já foi entregue a seis mil pacientes. A recarga é feita mensalmente e não há faixa de renda per capita para ter acesso ao benefício. O valor não entra no cálculo de renda de benefícios assistenciais, como o Bolsa Família e o período de recebimento varia de seis a 18 meses, dependendo do tipo de tuberculose e do laudo médico. O benefício é suspenso quando o paciente interrompe ou finaliza o tratamento. 

Além do cartão, a SES investiu na ampliação e aprimoramento da rede laboratorial. Um exemplo é a implantação de uma rede de equipamentos de Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB), distribuídos pelas regiões do estado, com o objetivo de descentralizar exames para diagnóstico. As medidas fazem parte do Plano de Enfrentamento à Tuberculose no Estado do Rio. Também foi criado o Painel da Tuberculose, plataforma online com os dados sobre a doença no Estado e que pode ser acessado em https://monitorar.saude.rj.gov.br/, na aba Vigilância em Saúde.

Em Nova Friburgo

Ao longo de todo este mês, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde está promovendo uma campanha de conscientização da população através do Programa Municipal de Controle da Tuberculose. Atualmente, o município possui cerca de 30 pacientes em acompanhamento e irá promover uma capacitação para médicos, enfermeiros, odontólogos e outros profissionais de saúde que atuam em toda a rede de saúde do município.

Diante de um sinal ou sintoma suspeito da tuberculose, o indicado é procurar uma unidade de saúde para avaliação inicial. Caso seja necessário, a pessoa será encaminhada ao Programa Municipal de Controle de Tuberculose, que funciona no posto de saúde Sílvio Henrique Braune (sala 43), no Suspiro.

Dados alarmantes 

Segundo o Relatório Global sobre Tuberculose 2024, da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 10,8 milhões de pessoas tiveram a doença e 1,25 milhão morreram em decorrência da tuberculose, incluindo 161 mil pessoas vivendo com HIV. Desde 2000, os esforços globais de enfrentamento à tuberculose ajudaram a salvar cerca de 79 milhões de vidas.

A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada pelo Bacilo de Koch. A transmissão ocorre pelo ar e atinge, principalmente, os pulmões, mas pode atingir outras partes do corpo, como pleura, gânglios, meninge, rins, intestino, pele e ossos. Quando uma pessoa doente espirra, tosse e fala, ela solta as bactérias no ar, que podem ser respiradas por outras pessoas. O diagnóstico deve ser realizado o mais rápido possível, logo nos primeiros sinais da doença.

Sintomas 

• tosse por três semanas ou mais;    

• febre baixa ao final do dia;

    • cansaço;
    • falta de apetite;
    • suor noturno;
    • às vezes, escarro com sangue;

    • emagrecimento

Tratamento 

A doença tem cura e o tratamento é gratuito, mas não pode ser interrompido. Se não for tratada precocemente, pode levar à morte. O tratamento, via oral com a associação de quatro medicamentos, é realizado nos serviços de saúde da rede municipal, gratuitamente e sem necessidade de internação. A duração do tratamento leva cerca de seis meses, dependendo da forma clínica da doença. Após as primeiras doses o paciente já não transmite mais a doença. O diagnóstico é feito por um clínico geral ou pneumologista, através de exame do escarro, raio-x ou tomografia de tórax. É importante que as pessoas que residem com o paciente também procurem atendimento médico, pois têm mais risco de adoecer.

 

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