Toras da Praça Getúlio Vargas vão a leilão, quase 6 anos depois

Lote tem 27 eucaliptos avaliados em R$ 23.175,45. Certame será presencial e virtual
terça-feira, 08 de dezembro de 2020
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
As toras, quando descobertas por A VOZ DA SERRA no Horto Municipal (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)
As toras, quando descobertas por A VOZ DA SERRA no Horto Municipal (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)

Será realizado nesta quarta-feira, 9, ao meio-dia, de forma presencial, no Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura, na Praça do Suspiro, o leilão das toras de eucaliptos da espécie robusta que foram podadas nos jardins da Praça Getúlio Vargas, em janeiro de 2015, e que atualmente se encontram acauteladas na Empresa Brasileira de Meio Ambiente (EBMA). Quem prestará o serviço será o leiloeiro Edgar de Carvalho Júnior, cujo site oficial já está recebendo lances de forma virtual: www.edgarcarvalholeiloeiro.com.br/.

O lote único é composto, na sua maioria, por 27 toras de eucalipto que apresentam estrutura consistente quanto à qualidade da madeira. O valor de avaliação do material é de R$ 23.175,45. De acordo com informações contidas no site do leiloeiro, as toras “apresentam estrutura consistente quanto à qualidade da madeira, pouca ou nenhuma alteração no padrão da madeira da espécie, com grande semelhança de porte e formato e por oito lenhas, na sua minoria, que apresentam algum tipo de ataque de xilógrafo (que são organismos deterioradores da madeira), ou dano estrutural”.

As toras da discórdia

Em abril, tão logo foi iniciado o processo licitatório para a contratação de um leiloeiro, o procurador geral do município, Ulisses da Gama, declarou que as toras foram “extraídas indevidamente de alguns eucaliptos da Praça Getúlio Vargas”. E disse ainda que “em vez de pagar multa pelos eucaliptos extraídos indevidamente, foi aprovado o Projeto Glaziou como forma de compensação pelos danos ocasionados à praça, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Iphan)”.

Ainda segundo o procurador, há como as toras serem aproveitadas, seja para artesanato, confecção de bancos ou móveis, “pois um bom profissional vai fazer bom uso delas”. Por fim, Ulisses da Gama informou que o que vier a ser arrecadado com o produto do leilão “será revertido para o projeto que está sendo elaborado para revitalização da praça, conforme TAC (termo de Ajustamento de Conduta) assinado com o Ministério Público Federal (MPF) pelo prefeito Renato Bravo, para ratificar o anterior, assinado na gestão do ex-prefeito Rogério Cabral”.

Relembre a polêmica

Os cortes de ao menos 14 eucaliptos centenários ocorreram entre 18 de janeiro e 1º de fevereiro de 2015, alterando o conjunto paisagístico tombado como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A medida causou comoção na cidade e o caso foi parar na Justiça, já que a praça projetada pelo paisagista francês Auguste Glaziou é protegida por lei.

À época, A VOZ DA SERRA noticiou que toras cortadas estavam apodrecendo no Horto Municipal. A madeira deveria ter sido utilizada no mobiliário urbano da cidade ou destinada a artistas. Com o descumprimento de parte deste TAC, o MPF executou judicialmente o acordo e o ex-prefeito Rogério Cabral chegou a ser multado em R$ 94 mil. Hoje, quase seis anos depois, o imbróglio continua o caso ainda aguarda um desfecho.

 

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