Temporal de granizo derruba árvores e deixa vários bairros de Friburgo sem luz

Minitornado foi provocado por instabilidade chamada de supercélula, capaz de produzir tempestades rápidas e severas
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021
por Adriana Oliveira (aoliveira@avozdaserra.com.br)
A árvore gigante que caiu em frente ao Sesc (Fotos de leitores e reproduções da web)
A árvore gigante que caiu em frente ao Sesc (Fotos de leitores e reproduções da web)

Um forte temporal, acompanhado por rajadas de vento assustadoras, relâmpagos, trovoadas e até queda de granizo, pegou os friburguenses de surpresa  no início da noite desta quarta-feira, 17. Foram registrados estragos como quedas de árvores e alguns destelhamentos, porém sem vítimas.

Com a rede elétrica comprometida, vários bairros ficaram sem energia até de madrugada. Ruas nas proximidades do Rio Bengalas mais uma vez alagaram, e a água chegou a entrar em lojas e residências. O trânsito ficou congestionado até a noite, atrasando a volta para casa.

Um dos bairros mais afetados foram o Cônego, onde choveu granizo, assim como no Catarcione.

A Secretaria municipal de Defesa Civil registrou várias ocorrências. O volume de chuva registrado foi de 45 milímetros em apenas uma hora. 

Foram registradas várias quedas de árvores - a maior delas na Avenida Costa e Silva, em frente ao Sesc. Árvores caíram também nas ruas Rua Augusto Cardoso, no Centro; Francisco de Almeida Sobrinho, no Cascatinha;  Francisco Nicolau, em Olaria; Comendador José Mastrangelo, no Catarcione; Salvador da Rosa Santos, em Nova Suíça;  e Trajano de Almeida, no Paissandu.  

Na Rua Romualdo Machado, no Catarcione, um poste caiu sobre a rede elétrica. O vento forte provocou destelhamentos na Rua Professor Menezes Wanderley, em Mury. Na Praça Getúlio Vargas, galhos de árvores também comprometeram a fiação elétrica.

Na Rua Eugênio Gripp, no Catarcione, dois postes caíram com a força da ventania.  Na Rua Antônio Banjar, no mesmo bairro, um muro desabou. 

Na Rua Augusto Spinelli, no Centro, uma cratera se abriu no meio da via. O mesmo aconteceu na Rua Beauclair, no Cordoeira, onde um veículo da própria Defesa Civil caiu dentro do buraco. Metade da Rua Dulce Braune, nas Braunes, foi interditada pela Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu) após um afundamento na via. O local está sinalizado. 

Março deve chover menos

O temporal desta quarta foi um tipo de minitornado, provocado por uma instabilidade que os meteorologistas chamam de supercélula, capaz de produzir tempestades ciclônicas (girantes) e severas, porém rápidas. O mesmo fenômeno havia ocorrido na véspera em Itaipava, distrito de Petrópolis, também na Região Serrana, e no litoral paulista, no Guarujá.

Segundo estudiosos do clima, as instabilidades ganham força nesta época do ano devido à atmosfera quente. A temperatura de superfície do mar está elevada no Oceano Atlântico Sul, em torno de 27 graus, e o Sudeste está sob a influência da umidade da Amazônia (Zona de Convergência do Atlântico Sul, ou ZCAS).

Segundo o Climatempo, uma área de baixa pressão atmosférica que atua sobre o Sudeste vão continuar formando nuvens carregadas pelo menos até o fim de  semana.  O tempo deve continuar instável em Nova Friburgo, alternando períodos de sol, nuvens e chuvas, até o fim do mês.

Nesta reta final de fevereiro, no entanto, ainda segundo o Climatempo, alterações da temperatura do Pacífico Sul e do Atlântico Sul trazem importantes mudanças no caminho da chuva sobre o Brasil. Uma das principais mudanças é o esfriamento do Atlântico Sul, mais cedo do que o esperado. Isto interfere no modo como as frentes frias vão passar sobre a Região Sul, o que influencia na forma e na quantidade de chuva sobre o Sudeste. Ou seja, há chances de as chuvas se dissiparem com a chegada de março.

Segundo previsões da Somar Meteorologia, a partir desta quinta-feira, 18, também há chances de chuva em Friburgo. No sábado, 20, a precipitação deverá atingir a marca de 54 milímetros, acima da registrada pela Defesa Civil municipal nesta quarta. A semana que vem começa com menos quantidade de chuva, voltando a aumentar para 45 milímetros na quinta, 25.

Nesta quinta-feira, o Climatempo prevê que a circulação de ventos sobre o Brasil já está organizando outra ZCAS até domingo. No entanto, o eixo central de maior instabilidade deste sistema deve se posicionar acima do Estado do Rio. 

 

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TAGS: Clima