O município vizinho de Petrópolis registrou em apenas três horas, na última terça-feira, 15, uma quantidade de chuva maior do que a média esperada para todo o mês de fevereiro. Mais de 120 pessoas morreram no município. Segundo o Cemaden (Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais), foram registrados 250 milímetros de chuva em três horas, em Petrópolis. No total das 24 horas do último dia 15, foram 260 milímetros.
"A média climatológica para o mês de fevereiro em Petrópolis é de 185 milímetros", disse Carine Gama, meteorologista da Climatempo. "Esse volume foi maior do que toda a chuva prevista para o mês. Choveu fevereiro inteiro mais um terço de fevereiro."
Além da intensidade, outro fator é destacado por meteorologistas: a chuva foi concentrada em determinadas áreas da Cidade Imperial, o que pode ter evitado uma tragédia maior. "A abrangência foi muito maior em 2011, atingindo toda a Região Serrana, principalmente Teresópolis e Nova Friburgo. Na terça-feira, a situação foi muito localizada durante um período da tarde", observou Marlene Leal, meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Em 2011, foram mais de 900 mortes em decorrência das chuvas nas cidades serranas. “Foi uma nuvem de chuva localizada que provocou uma precipitação extremamente excepcional. Foi uma chuva totalmente pontual, totalmente localizada", relatou Carine Gama, meteorologista da Climatempo.
Por que choveu tanto em Petrópolis?
Meteorologistas levantam três pontos:
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Chegada de uma frente fria ao Rio de Janeiro;
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Entrada de umidade que veio do interior do país com tempo abafado;
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Orografia local; Petrópolis é uma área com relevo bastante acidentado.
"É uma frente fria que passou pela costa de São Paulo bem rápido, mas, no Rio de Janeiro, conseguiu levar um pouco mais de chuva", explica Gama. "Além disso, o ar, no interior do Brasil, estava bem abafado. Havia um corredor de umidade voltado para o Sudeste brasileiro", observa a meteorologista do Inmet, Marlene Leal.
Ela também pontua que Petrópolis tem uma topografia que favorece as chuvas fortes. Gama complementa lembrando que "áreas de montanha têm condição mais fácil para formação de nuvens de chuva forte porque o ar sobe por um lado e sai do outro". "Ela tem uma condição maior ainda para a formação de nuvens carregadas", observa.
A previsão do tempo indicava a chance de chuvas severas na Região Serrana, mas não há ferramenta, segundo meteorologistas, que indiquem um volume tão intenso em um espaço tão curto de tempo.
"Nenhum modelo meteorológico vai indicar 200 milímetros de chuva em três horas. Infelizmente, não temos essa ferramenta em mãos", disse Gama. "O que podemos fazer agora é monitorar o deslocamento, mas quando o radar mostra já é praticamente a nuvem já formada, precipitando", destaca Leal.
Volume de chuva em fevereiro
Neste mês de fevereiro de 2022, até esta sexta-feira, 18, Petrópolis registrou 565,2 mm de chuva, na estação de São Sebastião. Sendo assim, este mês já é considerado o fevereiro com o maior volume de chuva desde 2016, pois o volume de chuva em 2016, no bairro Alto da Serra, foi de 707,4mm, segundo dados do Cemaden.
Nova ZCAS se formou na quinta-feira
Além das instabilidades que atuam no Estado do Rio de Janeiro, a formação de uma nova ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul), deixou o tempo bastante carregado em todas as regiões fluminenses. Este corredor de umidade favorece a formação de nuvens bastante carregadas e chuva constante. As instabilidades persistem no Estado do Rio, pelo menos até este domingo, 20, e há previsão de grandes volumes acumulados.
Previsão para Nova Friburgo
Neste sábado, 19, e domingo, 20, a previsão de acordo com o Climatempo, para Nova Friburgo é de sol com muitas nuvens durante o dia e períodos de tempo nublado, com chuva a qualquer hora. (Com informações da UOL e Climatempo)
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