Uma semana após o primeiro caso de Monkeypox (a "varíola dos macacos") em Nova Friburgo, confirmado na segunda-feira, 15, a Região Serrana já registra cinco infectados pelo vírus. O primeiro foi em Teresópolis, em 25 de julho, e o mais recente, em Petrópolis, na última sexta. Não se sabe, até o momento, quais os outros dois municípios serranos afetados - a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa apenas a região; a divulgação depende de cada prefeitura.
Segundo a Secretaria de Saúde de Petrópolis, o paciente é um homem de 45 anos que contraiu a doença em outra cidade. Ele está em isolamento desde a classificação como caso suspeito. Uma reunião foi marcada para esta quinta-feira, 25, para alinhar medidas sanitárias de controle da doença.
No total, o Estado do Rio tem hoje 445 casos confirmados da doença e outros 407 em investigação. Destes 51 são classificados como "prováveis" pela Secretaria Estadual de Saúde. Dos 1.400 notificados, 497 foram descartados.
Em uma semana, foram 332 novos casos no estado - uma média de 47 por dia.
Em Nova Friburgo, o primeiro caso confirmado foi de um homem na faixa etária de 50 a 59 anos, que apresentou sintomas clássicos como vesículas na pele e, na semana passada, se recuperava em isolamento. O bairro onde ele mora não foi divulgado.
Ao confirmar o caso, na segunda passada, a subsecretária de Vigilância em Saúde, Fabíola Braz Penna, disse à VOZ DA SERRA que ainda havia três casos suspeitos da doença na cidade, aguardando resultados laboratoriais. No total, chegaram até semana passada dez notificações da doença ao setor, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, dos quais seis foram descartados.
A epidemia de Monkeypox começou na Europa, no fim de abril. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado no Distrito Federal, no início de julho.
Monkeypox, e não “varíola dos macacos”
O Ministério da Saúde optou por usar a denominação "Monkeypox", dada pela OMS e também utilizada na Classificação Internacional de Doenças (CID-10). O intuito de não usar “varíola dos macacos” é evitar que haja um estigma e ações contra os primatas, pois, embora tenha sido inicialmente detectado neste grupo de animais, o surto atual não tem relação com ele. Há relatos de macacos sendo envenenados e mortos a pauladas, em consequência de informações falsas que circulam sobre a doença.
O vírus tem esse nome por ter sido descoberto pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em macacos utilizados em pesquisas de laboratório.
Assim como a Covid-19, a varíola dos macacos é causada por um vírus e transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. Os sintomas aparecem após um período de incubação de cerca de 6 a 14 dias. Começa então a fase febril, com manifestações sistêmicas como dor de cabeça, dores musculares, prostração e adenopatias. Entre o terceiro e o quinto dia após o início da febre, podem começar a surgir as erupções cutâneas, que geralmente aparecem primeiro na face e nas palmas das mãos e dos pés. Outras regiões, como genitálias e mucosas, também podem ser afetadas. As lesões apresentam fases de evolução, aparecem como se fossem espinhas ou bolhas e evoluem para crostas.
Como a transmissão ocorre durante o contato próximo, com secreções respiratórias, lesões de pele de uma pessoa infectada ou com objetos e superfícies contaminados, para evitar contaminação, de acordo com a infectologista, a melhor forma de prevenção é evitar o contato com lesões de pele sugestivas da Monkeypox, usar máscaras para proteção das gotículas e secreções respiratórias e evitar compartilhamento de objetos potencialmente contaminados.
A transmissão ocorre até que todas as lesões estejam em crostas. Em geral, a doença evolui sem gravidade e é auto-limitada, com melhora entre duas a quatro semanas. Pacientes imunossuprimidos podem ter formas mais graves e devem ser acompanhados.
O governo anunciou que chegam ao Brasil, em setembro, as primeiras doses de um total de 50 mil, da única vacina aprovada contra a Monkeypox.
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