No último sábado, 20, os vereadores Christiano Huguenin e Carlinhos do Kiko denunciaram que o serviço de lavanderia dos hospitais Raul Sertã e Maternidade Mário Dutra de Castro estava sendo terceirizado por um hotel localizado na RJ-130 (Nova Friburgo-Teresópolis) e que o serviço não obedecia às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Huguenin foi secretário municipal de Saúde entre dezembro de 2017 e setembro de 2018 chegou a ser interrogado por mais de três horas na CPI da Saúde, presidida pelo então vereador Johnny Maycon, que investigou os repetidos contratos emergenciais para o fornecimento de alimentação ao Raul Sertã e apontou superfaturamento de mais de R$ 1 milhão em contratos.
Na tarde desta segunda-feira, 22, a Secretaria Municipal de Saúde informou que as roupas dos hospitais foram lavadas provisoriamente em parceria com o hotel e que a secagem foi feita no próprio Hospital Raul Sertã. “A secadora (do hospital) de altas temperaturas elimina quaisquer possíveis contaminações. Informa ainda que o serviço já está devidamente licitado e que o início da sua prestação depende apenas de adequação técnica da empresa, o que deve ocorrer nos próximos dias. Por fim, a pasta informa que até que a empresa responsável assuma o serviço, uma solução paliativa está sendo estudada dentro das possibilidades legais e sanitárias”, garantiu a prefeitura, em nota.
Serviço já foi terceirizado antes
Desde setembro de 2019 e pelo prazo de 180 dias, o serviço de lavanderia para os dois hospitais vinha sendo prestado por uma empresa da Região dos Lagos ao custo de R$ 4,60 pelo quilo de roupa lavada. Entre meados de abril e de agosto de 2019, o mesmo serviço de terceirização foi prestado por um hospital particular que chegou a solicitar o reconhecimento de dívida superior a R$ 731 mil do município. Um valor 352% mais alto do que o praticado em dezembro daquele ano apesar do custo com transporte ter sido infinitamente menor.
Problemas apontados pelo MP
Em junho de 2019, após uma visita do GAP/MPRJ à Maternidade, os agentes confirmaram a permanência de equipamentos antigos no local, inclusive com produção de fumaça tóxica pela secadora de roupas, o que dificultava o trato respiratório dos funcionários, especialmente em razão de ventilação insuficiente na lavanderia.
De acordo com a decisão do MP, a falta de higiene, organização e estruturação dos locais violava as normas estabelecidas pela Anvisa, indicando risco à saúde e à vida dos bebês recém-nascidos e das gestantes atendidos na unidade hospitalar.Na ocasião, a Prefeitura de Nova Friburgo informou em nota que os projetos de reforma dos três setores da maternidade já estavam prontos e encontravam-se em fase de cotação para execução.
Contrato emergencial no Raul Sertã
A empresa Laco Empreendimentos Ltda também foi contratada emergencialmente para realizar o serviço de lavagem de roupas do Raul Sertã. A empresa contratada é a mesma que faz serviço semelhante na Maternidade. Se somadas, as duas contratações emergenciais custaram R$ 179.400 à prefeitura. Vale lembrar que a lavanderia do Raul Sertã está em reforma há mais de dois anos, desde junho de 2017.
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