O preço da carne caiu 0,77% nos supermercados em março, segundo a prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Essa é a primeira queda do produto no índice desde agosto de 2024.O levantamento foi divulgado, na semana passada, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA-15 mede a variação de preços entre o dia 16 do mês anterior e o dia 15 do mês da divulgação.
Os dados incluem carnes bovinas, de porco e outras. Entre os cortes que tiveram redução no preço, os destaques foram o peito (3,63%) que já é encontrado em Nova Friburgo por R$ 29,90, o quilo, e o filé mignon (3,10%). Em contrapartida, outros ficaram mais caros, como a picanha, que subiu 1,34% e já ultrapassa R$ 50, o quilo. A trajetória ascendente dos preços da carne teve início em agosto do ano passado, alcançando seu ápice em dezembro e desacelerando a partir de janeiro.
Essa elevação foi um dos principais fatores que contribuíram para o aumento geral da inflação de alimentos no Brasil. Nos últimos 12 meses, os preços das carnes subiram 20,8%, marcando o maior incremento anual desde 2019.
De acordo com André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV – Ibre), dois fatores principais impulsionaram a recente queda nos preços da carne:
Clima favorável: A pecuária brasileira depende fortemente das chuvas, que influenciam diretamente a disponibilidade de pasto. Quando há precipitações adequadas, os produtores enfrentam menores custos com ração animal, já que os animais podem se alimentar mais efetivamente do pasto disponível.
Valorização do Real: A força da moeda brasileira também desempenha um papel significativo na composição dos custos da carne. Como os insumos utilizados na ração (como soja e milho) são cotados em dólar, a valorização do real frente à moeda americana torna esses insumos mais acessíveis. Isso resulta em uma redução nos custos de produção.
Cortes com queda e alta de preços
Peito: queda de 3,63%;
Filé mignon: queda de 3,10%;
Lagarto comum: queda de 1,89%;
Alcatra: queda de 1,69%;
Pá: queda de 1,58%;
Contrafilé: queda de 1,40%;
Patinho: queda de 1,19%;
Músculo: queda de 1,06%
Carne de carneiro: queda de 1,00%;
Chã de dentro: queda de 1,00%;
Lagarto redondo: queda de 0,67%;
Cupim: queda de 0,47%;
Acém: queda de 0,39%;
Fígado: queda de 0,11%;
Costela: aumento de 0,22%;
Capa de filé: aumento de 0,60%;
Carne de porco: aumento de 0,68%;
Picanha: aumento de 1,34%.
Já puxando o aumento do grupo de alimentos e bebidas, está o ovo, que registrou uma alta de quase 20% nos preços durante o período analisado pelo IPCA-15 de março.
Fonte: Terra e G1
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