Fundamental para o bem estar físico e mental, a audição nem sempre recebe os cuidados necessários, como check-ups regulares. Um cenário preocupante considerando que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, quase 2,5 bilhões de pessoas no mundo viverão com algum grau de perda auditiva até 2050.
A informação é do primeiro relatório mundial da OMS sobre audição, divulgado em 2023. Desse total, pelo menos 700 milhões vão precisar de cuidados auditivos e outros serviços de reabilitação.
Para minimizar essas projeções, a organização sinaliza que é necessária uma mudança de cultura em prol da prevenção e do cuidado com a saúde auditiva. Além disso, o relatório sugere a ampliação de investimentos para identificação precoce e tratamento da perda auditiva e doenças do ouvido.
Sinais de alerta
A auto-observação é importante para o reconhecimento de quadros que fujam da normalidade, como inflamações auditivas recorrentes. A Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes/MS) alerta que os casos de otites de repetição não devem ser entendidos como naturais. Nessas situações, o paciente deve procurar atendimento médico para o tratamento adequado de cada caso.
Quando o tratamento ocorre em tempo oportuno e de forma adequada, geralmente não há sequelas, mas nos casos com complicações pode ocorrer perda auditiva e gerar repercussão em várias outras áreas, tais como desenvolvimento da fala, leitura e escrita em crianças.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diversos tratamentos clínicos, cirúrgicos e de reabilitação para crianças e adultos com deficiências auditivas, a exemplo da concessão de próteses, como Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI), Sistema de Frequência Modulada (Sistema FM), Prótese de Implante Coclear (IC) e Prótese Auditiva Ancorada no Osso (PAAO).
As próteses são consideradas um recurso efetivo, pois quando acompanhadas de habilitação e/ou reabilitação auditiva, permitem uma melhora significativa na vida das pessoas. O recurso é disponibilizado em serviços especializados, credenciados e/ou habilitados junto ao SUS como o atendimento ambulatorial e hospitalar.
Atendimento ambulatorial — Acontece nos Centros Especializados em Reabilitação (CER) — tendo como uma das modalidades a reabilitação auditiva — e o Centro de Reabilitação Auditiva na Média e Alta Complexidade. Esses serviços realizam avaliação e diagnóstico da perda auditiva, seleção, concessão e adaptação de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), bem como a terapia fonoaudiológica com acompanhamento e manutenção dos AASI. No caso da Triagem Auditiva Neonatal, ela é realizada no Centro de Reabilitação Auditiva na Alta Complexidade, Serviços de terapia fonoaudiológica, e Ambulatório com Serviços de triagem auditiva neonatal.
Atendimento hospitalar — Serviços de atenção especializada e centros de implante coclear, sendo estes, também, estruturados em modalidade ambulatorial realizando as avaliações clínicas e audiológicas, acompanhamentos e reabilitação fonoaudiológica. É na modalidade hospitalar que são realizadas as cirurgias de Implante Coclear e Prótese Auditiva Ancorada no Osso, além dos acompanhamentos pré e pós-operatório.
Além disso, é realizada nas maternidades a Triagem Auditiva Neonatal, mais conhecida como “Teste da Orelhinha”. Também existem atendimentos clínicos e cirúrgicos em otorrinolaringologia. A reabilitação auditiva é um processo terapêutico com objetivo de favorecer o uso da audição residual e recuperar ou maximizar a capacidade auditiva.
Nas crianças, um dos objetivos é promover a aquisição e o desenvolvimento da linguagem, de maneira geral, desenvolver capacidades, habilidades, recursos pessoais, de modo a possibilitar a independência e a participação social das pessoas com deficiência auditiva frente à diversidade de condições e necessidades.
Vale lembrar que as próteses auditivas não vão tornar o paciente ouvinte de uma hora para outra, o usuário continuará apresentando dificuldade de uma pessoa com problemas auditivos, no entanto, os sintomas serão reduzidos pelo uso da prótese. Por isso, é tão importante adotar os cuidados preventivos.
(Fonte: Ministério da Saúde)
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