O vereador eleito Cláudio Damião (PT) denunciou, nesta semana, em suas redes sociais, o descarte recente, pela Secretaria Municipal de Saúde, de cerca de 50 caixas com milhares de comprimidos e doses de medicamentos. A publicação imediatamente viralizou. De forma incisiva, em áudio postado nas redes sociais, ele revelou que uma pilha de caixas lacradas com medicamentos vencidos, foram encontradas casualmente pelo acompanhante de um paciente internado no Hospital Municipal Raul Sertã, que, indignado, fotografou as caixas de remédios empilhadas em um setor do hospital e relatou a ocorrência.
Segundo constatou Damião, entre os medicamentos vencidos havia cloreto de sódio 20%, utilizado na reposição de eletrólitos em tratamentos de desidratação e situações que exigem restauração de sódio no organismo, além de fluconazol — medicamento antifúngico para tratamento de infecções causadas por fungos, como candidíase, dermatofitoses e outras micoses —, e xylestesin, um anestésico local para aplicação em procedimentos odontológicos e outros procedimentos cirúrgicos mais simples.
Na imagem podem ser observadas caixas que sequer foram abertas. Um aviso escrito à mão em papel colado na pilha, dizia: “Não mexer, remédios vencidos”. Para o vereador, trata-se de “ desperdício inaceitável de dinheiro público que deve ser cobrado da gestão da saúde no município”.
O vereador acredita que o destino desses remédios seja a incineração ou o descarte em aterros, ou seja, “uma perda financeira significativa para os cofres públicos de Nova Friburgo e, acima de tudo, um impacto direto na saúde da população, que poderia ter sido beneficiada por esses produtos”. E acrescentou, com exclusividade para A VOZ DA SERRA:
“Recebi a denúncia de que grande quantidade de medicamentos ultrapassaram a data de validade e serão descartados. A ausência de um eficiente sistema de controle de estoques é a demonstração da incompetência e do descaso.
Ocorre que tal situação não é um caso isolado. Se de um lado há a denúncia do descarte de medicamentos, por outro lado há relatos da falta de insumos. Por exemplo, por falta de luvas para o uso diário, os profissionais estão usando luvas cirúrgicas, que custam mais caro. Não é incomum faltar toalhas de papel ou produtos de limpeza nas unidades de saúde. Portanto, o descarte criminoso de medicamentos é apenas uma parte do problema”, relatou Cláudio Damião, reiterando sua indignação com a falta de uma política responsável por parte da gestão da saúde municipal.
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