Mitos e verdades sobre a surdez

Como o tema ainda é cercado de tabus, conheça um pouco mais sobre a surdez
sexta-feira, 08 de novembro de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)
Há mais de 9 milhões de pessoas em todo o país que são surdas, segundo dados oficiais, e estudos mostram que 1 bilhão de jovens está sob risco de perda auditiva. Esse é um desafio para as autoridades no sentido de elaborar políticas públicas realmente eficientes, mas também para todos nós, população, pois é nosso papel agregá-los à comunidade sempre que possível.

A cada 200 crianças que nascem, três são surdas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Segundo o IBGE, há 2,3 milhões de pessoas com algum grau de surdez no Brasil e 1,5 bilhão no mundo. Pensando nisso, resolvemos fazer um mitos e verdades sobre a surdez, com o objetivo de desmistificar essa deficiência que é tão comum e que pode se tornar ainda mais se não nos cuidarmos. 

Qualquer pessoa pode ficar surda? 

Verdade. A surdez, é claro, pode ser de nascença, mas há ainda a surdez progressiva, como foi o caso da escritora Paula [Pfeifer, em depoimento nesta edição], e alguns tipos de surdez que são ocasionadas por algum trauma, um acidente, doenças como meningite ou até infecções repetidas vezes. E há ainda surdezes que podem ser causadas por uso de antibióticos usados no tratamento de tuberculose, diuréticos e outras substâncias à base de ácido acetilsalicílico podem causar danos aos sistemas coclear e vestibular, que são muito importantes para a sua audição.

Só pessoas mais velhas são surdas?

Mito. E o ponto anterior é prova disso: existem bebês que já nascem surdos, por exemplo. A perda de audição pode ser mais evidente na maturidade, por causa do envelhecimento das células auditivas, assim como a perda de outras funções, mas essa nem é a única causa da surdez e a própria surdez não é exclusividade da terceira idade. Aliás, a cada 200 crianças que nascem, três são surdas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Existem surdos que ouvem?

Verdade. Isso porque esses deficientes auditivos contam com aparelhos auditivos, implantes cocleares e alguns podem até passar por um processo cirúrgico que tem como objetivo melhorar a capacidade auditiva da pessoa. Elas não deixam de ser surdas, só reduz o seu nível, e no caso dos implantes, ao tirá-los, ela volta a não ouvir. 

Todo surdo fala língua de sinais?

É falsa a afirmação, apesar da Linguagem de Sinais ser extremamente importante para grande parte da população surda — os chamados surdos sinalizados. Segundo o Censo mais recente, viviam em 2010 no Brasil 2,1 milhões de pessoas que escutavam muito pouco ou nada — o equivalente à população de Manaus (AM). A pesquisa do IBGE não apontou quantas faziam uso da língua de sinais, como revela a Agência Senado.

Apesar de não haver dados concretos sobre quantas pessoas se comunicam por meio dessa linguagem, fica claro o problema de inclusão quando vemos que aeroportos ou transportes públicos, por exemplo, não oferecem esse tipo de acessibilidade. 

Em 2002, a Lei 10.436 deu à Libras o status de meio legal de comunicação e expressão. Desde então, escolas, faculdades, repartições do governo e empresas concessionárias de serviços públicos estão obrigadas a providenciar intérpretes para atender aos surdos.

Surdos podem ler lábios?

Verdade! Assim como cegos tornam seus outros sentidos mais apurados, os surdos passam a ler lábios muitas vezes, e isso vai se aprimorando com o tempo. No caso de Pfeifer, como sua surdez foi progressiva, ela passou a ler lábios ainda na adolescência, quando não sabia do seu diagnóstico, para poder estar mais incluída na roda de amigos e colegas.

 

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