Pelo 3º dia seguido, mais de 60% dos testes de Covid em Friburgo resultam negativo

Especialista acha cedo para comemorar desaceleração do contágio; em outros países onda da Ômicron durou de 4 a 6 semanas, e Brasil está na 5ª
quarta-feira, 02 de fevereiro de 2022
por Adriana Oliveira (aoliveira@avozdaserra.com.br)
A tenda armada pela prefeitura no ponto de testagem da UPA (Divulgação PMNF)
A tenda armada pela prefeitura no ponto de testagem da UPA (Divulgação PMNF)

Pelo terceiro dia consecutivo, continua acima de 60% o percentual de testes de Covid-19 que resultam negativo nos pontos de triagem de Nova Friburgo. Dos mil testes realizados somente nesta terça-feira, dia 1º, a maioria — 601 deles — resultou negativo (60,1%), contra 399 positivos (39,9%). 

No sábado os negativos eram 52,69% dos testados, no domingo subiu para 64,72% e na segunda, ficou em 63,64%. Se mantida esta tendência, ela pode significar que o pico dessa onda recente de coronavírus já pode ter passado.

Para o consultor Rafael Spinelli, que acompanha a evolução da Covid em Nova Friburgo desde o início da pandemia, norteando ações do poder público e do setor empresarial contra a doença, ainda é cedo para comemorar.

“A janela de somente três dias ainda é muito curta para poder confirmar a expectativa de o pico dessa onda provocada pela variante Ômicron ter sido atingido  e de que podemos esperar que, assim como aconteceu na África do Sul e no Reino Unido, viveremos uma redução rápida e drástica. Mas esses números geram realmente uma expectativa positiva para essa possível tendência. Mas acho prudente aguardar um pouco mais. Pelo menos uma janela de uma semana completa que elimina sazonalidades de tendências de alguns dias da semana”, analisou, a pedido de A VOZ DA SERRA.

Em outros países que já experimentam essa redução de casos, o ápice da transmissão levou de quatro a seis semanas após o início da aceleração do contágio. Portanto, o Brasil enfrentaria o pior momento entre a última semana de janeiro e a metade de fevereiro — hoje, o Brasil está na quinta semana de alta. 

A Ômicron foi identificada na África do Sul no fim de novembro e o ápice da curva de casos ocorreu cerca de um mês depois. Na França, no Canadá e na Austrália, foram necessárias cinco semanas e, no Reino Unido, seis.

Desaceleração em SP

Primeira cidade acometida pela variante Ômicron no estado, a capital paulista, por exemplo, já começou a registrar queda no número de casos. Após atingir, na semana passada, o maior valor desde o início da pandemia, a taxa de transmissão começou a desacelerar na cidade de São Paulo, segundo análise de pesquisadores da USP e da Unesp feita por meio da ferramenta Info Tracker.

Simbolizado pela sigla RT, o "ritmo de contágio" é um número que traduz o potencial de propagação de uma doença: quando superior a 1, cada infectado transmite para mais de uma pessoa, e a doença avança; quando menor que 1, a contaminação recua. 

Na segunda-feira, 31, a taxa de transmissão estava em 1,80 na capital paulista, valor menor do que o registrado no sábado, 29, de 1,81. Com base nos dados atuais, os pesquisadores projetam que a taxa deve cair para 1,79 até esta quinta, 3.

Na semana passada, quando a capital atingiu o pior valor de RT desde o início da pandemia, a tendência era de aceleração. Mas, segundo o professor da Unesp e coordenador do Info Tracker, Wallace Casaca, a taxa de contágio se estabilizou nos últimos três dias.

“A gente observa uma estabilidade em relação ao índice. Ele parou de

acelerar e agora está em uma leve tendência de início de declínio. Se continuar como está, em duas ou três semanas já poderá apresentar redução significativa no número de novos casos”, disse ele ao portal de notícias G1.

A desaceleração da taxa não implica, no entanto, uma queda imediata de novos casos e mortes. Segundo o pesquisador, o pico de mortes provocadas pela variante Ômicron em São Paulo deve ocorrer em fevereiro.

“A taxa ainda está acima de 1, e isso significa que ainda teremos uma explosão de novos casos. As duas próximas semanas ainda serão bem duras de pressão para o sistema de saúde”.

Números de Nova Friburgo

No total, desde o início da pandemia, Nova Friburgo já registrou 27.679 pessoas infectadas por Covid, conforme o boletim divulgado pela prefeitura nesta terça. Há ainda três casos suspeitos. Houve mais um caso confirmado entre profissionais da saúde, totalizando agora 884 casos na classe.

O número de casos negativos é de 25.705. O de óbitos permanece em 876. Do total de 53.387 testes realizados, uma média de 51,84% resultaram positivo. 

A ocupação nos hospitais permanece sem grandes alterações desde a segunda-feira, 31. O mais saturado é o da Unimed, seguido do São Lucas. O Serrano não divulgou seus dados nesta terça. Já o Raul Sertã tem 35 de seus 44 leitos de enfermaria ocupados e na UTI, mesmo com leitos momentaneamente reduzidos pela metade, ainda há três vazios.

Para dar mais conforto às pessoas que procuram a testagem de Covid-19 na UPA de Conselheiro Paulino, a prefeitura instalou uma tenda no local. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Turismo e a empresa Plenart, que cedeu a estrutura.

 

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TAGS: saúde