A pauta da Câmara Municipal se encontra trancada em razão do adiamento da apreciação das contas do Executivo referentes a 2018, e assim deve permanecer até o fim deste mês, quando espera-se que os vereadores finalmente tenham a chance de se posicionar formalmente sobre o tema, informa a coluna do Massimo.
A situação é fruto indisfarçável de tudo o que temos de pior em nossa política, desde um governo que ignorou seguidos alertas sobre erros sistemáticos que vinha cometendo até vereadores que abrem mão da isenção necessária ao exercício de seus mandatos em troca de benefícios particulares.
Sem desculpa
Ficou evidente, desde o início, que não haveria argumentos sólidos o bastante para que fosse possível amparar um posicionamento pró-governo por parte dos vereadores que estão amarrados ao Palácio Barão de Nova Friburgo como contrapartida a nomeações, gratificações e influências diversas, tanto mais a poucos meses de novas eleições.
A partir desse impasse, buscaram-se as alternativas de sempre.
Indigno
Foram muitas as tentativas de alegar entraves à defesa da prefeitura, que na melhor das hipóteses (para eles) comprometeriam a solidez do procedimento, ou na pior delas serviriam para atrasar o processo.
Atos que, a despeito das poses de sempre, denotam todo o desespero do governo e dos governistas, e a ausência de qualquer expediente digno através do qual pudessem enfrentar a situação.
Papel minúsculo, este que vem sendo desempenhado pela prefeitura e alguns vereadores.
Superação
Na sessão desta quinta-feira, 18, contudo, surgiu uma nova tática, que chama atenção pela pequenez mesmo diante dos padrões toscos de quem faz esse tipo de política.
Acredite o leitor que, subitamente agora, que a pauta foi trancada, alguns vereadores sentiram a urgência de votar um decreto legislativo com o objetivo de reduzir o valor da passagem de ônibus, e para esse fim foi defendido que o plenário aprovasse logo as contas. Vejam só o que disse o vereador Nami Nassif a esse respeito:
"Nós estamos a três meses das eleições. Eu já pensei em essa casa aqui, de comum acordo, fecharmos os olhos e aprovarmos as contas, sem problema nenhum. E deixe que o povo julgue. (...) Vamos dar o direito do povo julgar esse governo que está aí.”
Agora quem defende a lisura do processo, e que responsáveis respondam por seus atos, está contra a redução da passagem de ônibus.
Esse tipo de política financia difamadores, e hoje certamente será uma boa oportunidade para que os leitores identifiquem com nitidez quem paga e quem é pago para atacar espaços como esta coluna, que também nos guetos é lida todos os dias. Só resta perguntar com que dinheiro.
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