O Papa Francisco deu mais um passo significativo para ampliar a liderança feminina na Igreja Católica ao nomear, na segunda-feira, 6, a irmã Simona Brambilla como prefeita do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Esta é a primeira vez que uma mulher assume a liderança de um dicastério do Vaticano, responsável por supervisionar todas as ordens religiosas da Igreja.
A decisão histórica foi confirmada pelo Vaticano, que destacou: “A Irmã Simona Brambilla é a primeira prefeita mulher no Vaticano”. Embora mulheres já tenham ocupado posições de destaque, nunca antes haviam liderado um dicastério, que integra a Cúria Romana, órgão central de governança da Igreja Católica.
O Papa também nomeou como co-líder do órgão, o cardeal Ángel Fernández Artime, salesiano. No entanto, a irmã Brambilla será listada oficialmente como prefeita, enquanto Fernández assumirá o papel de "pro-prefeito", garantindo que as exigências teológicas para a celebração de missas sejam cumpridas, já que apenas homens podem exercer funções sacramentais.
A irmã Brambilla, de 59 anos, é missionária da Consolata e trabalhou como enfermeira em Moçambique. Atuou como superiora geral da sua Ordem, de 2011 a 2023, antes de ser nomeada secretária do dicastério no ano passado. Sua nomeação só foi possível graças à reforma da constituição da Santa Sé, em 2022, feita por Francisco, que permitiu a leigos, incluindo mulheres, assumir cargos de liderança na Igreja.
Segundo a agência Associated Press, durante o pontificado de Francisco, houve um aumento significativo da presença feminina no Vaticano, passando de 19,3% em 2013 para 23,4% atualmente. Entretanto, o Papa mantém a proibição de mulheres no sacerdócio e freou expectativas de que possam ser ordenadas como diaconisas.
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