O aumento de número de motos é visível nas ruas de Nova Friburgo. E os registros do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ) comprovam esse dado. De janeiro a junho deste ano, 413 motos foram emplacadas no município. Houve um aumento de 160% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 258 novas motos foram registradas. No primeiro semestre deste ano, foram emplacadas 56% do total de motos novas rodando em todo o ano de 2021, quando somaram-se 728 motos emplacadas.
Ainda de acordo com o Detran, os friburguenses têm preferido comprar motos em vez de carros. O número de emplacamentos de motos foi 139% maior que o de carros no primeiro semestre de 2022. De janeiro a junho, 296 novos carros passaram a circular no município. Mas o número de carros ainda é bem maior que o de motos. A frota local tem 87.372 carros e 24.247 motos.
O número total de veículos registrados em Nova Friburgo até o mês passado é de 138.151, que inclui, além de motos e carros, caminhões, ônibus, reboques, caminhonetes, entre outros. O número de motos corresponde a 17,55% da frota total e o de carros 63,24%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Nova Friburgo tem 191.664 habitantes, incluindo os menores de 18 anos. Ao comparar o número total de veículos, com o de moradores, constata-se que 72% têm algum veículo. Isso, se cada morador tiver apenas um veículo no seu nome. Ao fazer a mesma comparação somente com o número de motos, 12,65% dos friburguenses são donos de uma e, em relação aos automóveis 45% possuem um.
Problemas com motos
Apesar de terem maior agilidade ao transitar pelas ruas, serem mais econômicas e mais baratas que os carros, o que justifica o aumento das vendas, além, claro, do uso para trabalhar com entregas, as motos também são motivos de muitas reclamações. Uma delas é o barulho causado por escapamento irregular e alta emissão de ruído, um problema recorrente no município e campeão de queixas nos órgãos públicos.
Para coibir a poluição sonora causada por essas motos, está tramitando na Câmara Municipal um projeto de lei que versa sobre a proibição da contratação de motoboys com motos irregulares por empresas de delivery. A proposta é do presidente da casa legislativa, vereador Wellington Moreira.
Também para se chegar a uma solução sobre o problema, foi realizada em dezembro do ano passado, uma audiência pública, da qual participaram o delegado da 151ª DP, Henrique Pessoa; o subcomandante do 11º BPM, major Fernandes; o diretor da 3ª Circunscrição Regional de Trãnsito (Ciretran), Waldemir Caetano Veloso; o subcomandante da Guarda Municipal, Evandro Arcanjo; o subsecretário de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu), Adelmo Rodrigues Vieira; o diretor do Observatório Social, Ivan Prado e os vereadores José Carlos Schuab e Maicon Queiroz.
Na audiência foram debatidas novas estratégias de cerco aos motociclistas irregulares, propostas de nova legislação e parcerias entre as forças policiais e a prefeitura para coibir o barulho das motos. O autor de uma lei municipal que pune essa infração, vereador Zezinho do Caminhão, ressaltou a necessidade da própria sociedade, vítima do barulho, denunciar os infratores com fundamentação, com fotos e gravações.
Já o delegado Henrique Pessoa afirmou que tem convocado motociclistas denunciados por mídias digitais, mesmo sem flagrante, para que se expliquem na Polícia Civil. O delegado disponibilizou o WhatsApp 9 9292 1656 para este tipo de denúncia.
O major Fernandes, do 11ºBPM, disse ainda que, apesar da PM não estar autorizada a atuar no trânsito e só operar contra o crime, a corporação está disposta a colaborar e a participar de operações conjuntas com a Smomu, a responsável por essa questão.
Motos sem placas
Além do barulho perturbador das motos, um leitor de A VOZ DA SERRA, que não quis se identificar, enviou uma denúncia sobre o aumento do número de motos que estão circulando sem placas. “ Eu dirijo muito pela cidade e tenho visto um número crescente de motos sem placa nas ruas, inclusive no Centro, em plena luz do dia. Me preocupa o motivo de os motociclistas quererem esconder as placas. Se isso não for coibido, podemos passar pelos mesmos problemas de São Paulo, que registrou casos de entregadores de delivery falsos, que assaltam quando fingem entregar pedidos. Sem as placas das motos, fica mais difícil identificar os bandidos”, relatou ele.
Entramos em contato com a Prefeitura de Nova Friburgo para saber como a Secretaria Municipal de Mobilidade e Ordem Urbana (Smomu) está atuando em relação às motos. Foi questionado sobre o número de blitzes realizadas, de motos apreendidas, quais infrações mais cometidas pelos motociclistas, se houve aumento de apreensão de motos com escapamento irregular e alta emissão de ruído, depois da audiência pública realizada ano passado. Mas, até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.
Deixe o seu comentário