Como noticiou A VOZ DA SERRA na semana do meio ambiente, em junho, um levantamento da Firjan aponta que Nova Friburgo recicla apenas 0,11% dos resíduos coletados. Em 2021, foram coletados mais de 78 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos e apenas 90 toneladas foram resíduos recicláveis coletados seletivamente, o que corresponde a apenas 0,11% do total.
O mapeamento feito pela Firjan também identificou a ausência de cooperativas atuando no setor não só em Nova Friburgo, mas na região Centro-Norte. Muitas empresas da cidade, no entanto, têm projetos de destinação e reaproveitamento, como por exemplo restos de tecidos das confecções.
Para Márcia Carestiato Sancho, presidente da Firjan Centro-Norte, a região tem, no entanto, o melhor resultado de separação de recicláveis pós-consumo nas empresas: 44,6% do volume gerado saem separados por tipo das empresas, um número bem acima da média estadual. “Temos potencial para transformar lixo em recursos e existe campo para melhor aproveitamento desse material. “Acreditamos que a solução esteja no fortalecimento e na desburocratização do encadeamento produtivo da reciclagem”, analisou ela.
Em 2003, foi implantado em Nova Friburgo um programa de coleta seletiva. Dados do Plano Municipal de Saneamento Básico de Nova Friburgo comparados com os dados do Mapeamento dos Fluxos de Recicláveis Pós-Consumo no Estado da Firjan demonstram o retrocesso da cidade na coleta seletiva. Em 2007 era recolhido o dobro de recicláveis que em 2019, cerca de 181 toneladas. Dados de 2013 mostram que eram recolhidos 411% a mais de material reciclável, 370 toneladas, comparado com as 90 toneladas de 2019.
O levantamento da Firjan mostra que a região Centro-Norte Fluminense enterrou 46,8 mil toneladas de lixo reciclável em 2020. Segundo o Mapeamento dos Fluxos de Recicláveis Pós-Consumo no Estado do Rio, a perda equivale a R$ 20,6 milhões por ano. O estudo apontou que os resíduos recicláveis que não foram recuperados em todo o estado somaram, em 2019, 1,7 milhão de toneladas, o equivalente a R$ 1 bilhão. Caso fossem reintroduzidos no setor produtivo, esses resíduos encadeariam um investimento produtivo adicional na economia próximo de R$ 2,38 bilhões, capaz de gerar R$ 4,56 bilhões de renda e 16.500 novos empregos no Estado do Rio.
Realizado com base em dados públicos oficiais de órgãos ambientais, o estudo investigou a trajetória dos recicláveis pós-consumo (ou seja, materiais que saíram do ambiente produtivo e tornaram-se resíduos após o uso final, provenientes tanto de domicílios como de geradores empresariais). Com isso, a intenção é fornecer – aos investidores, gestores empresariais, formuladores de políticas públicas e outros tomadores de decisão – subsídios para a transformação do Rio em um estado reciclador e valorizador do material pós-consumo descartado.
O estudo estava previsto no Caderno Regional de Ações Prioritárias para o Desenvolvimento do Norte Fluminense, que reúne o posicionamento do Conselho Empresarial da Firjan Norte e as propostas para o desenvolvimento da região de 2021 a 2024. O estudo completo está disponível no link: www.firjan.com.br/reciclagem
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