Nova diretriz promete mudar tratamento do colesterol no Brasil

Atualização foi lançada este mês com metas mais rigorosas e novos medicamentos para controle das dislipidemias
terça-feira, 05 de agosto de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
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Na próxima sexta-feira, 8,é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Colesterol, uma data dedicada à conscientização sobre a importância da prevenção e do controle das dislipidemias. Segundo o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares ainda são a principal causa de morte no Brasil, superando até o câncer e as doenças respiratórias. O cuidado com o colesterol, portanto, continua sendo peça-chave para garantir mais qualidade de vida e longevidade à população brasileira.

Com a nova Diretriz Brasileira sobre o Colesterol, a expectativa da comunidade médica é que as atualizações ajudem a reduzir significativamente os casos de infarto e AVC no país, mudando a forma como médicos de todo o país lidam com o diagnóstico, a prevenção e o tratamento da dislipidemia, distúrbios nos níveis de colesterol e triglicerídeos que aumentam o risco de doenças cardiovasculares. 

A atualização é coordenada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), por meio do seu Departamento de Aterosclerose, e baseada nas mais recentes evidências científicas internacionais. Desde 2017, quando foi publicada a última diretriz brasileira, a medicina avançou significativamente. Novas pesquisas, métodos de estratificação de risco e opções terapêuticas surgiram, reforçando a necessidade de revisão das recomendações clínicas.

O que deve mudar na prática médica

Entre as principais mudanças esperadas, estão:

  • Revisão dos critérios de risco cardiovascular, com métodos mais precisos para identificar pacientes em maior risco de eventos como infarto ou AVC; 

  • Metas mais rigorosas para o LDL-colesterol (o chamado “colesterol ruim”), principalmente para pessoas consideradas de alto e muito alto risco cardiovascular; 

  • Inclusão de novos medicamentos, como os inibidores de PCSK9 e o ácido bempedoico, que mostraram resultados promissores na redução do LDL em estudos clínicos recentes;

  • Ênfase na prevenção primária, incentivando rastreamento precoce e mudanças no estilo de vida como estratégia central no combate às doenças cardiovasculares.

Para o cardiologista Daniel Branco de Araújo, professor da Universidade Santo Amaro (Unisa) e especialista em colesterol, a diretriz representa um marco importante. “O controle do colesterol deve ser visto como parte de uma estratégia integrada de saúde cardiovascular, que envolve alimentação saudável, prática regular de atividades físicas, controle do estresse e, quando necessário, uso de medicações”, destaca o médico.

Colesterol: vilão ou aliado?

Apesar de muitas vezes ser associado apenas a doenças, o colesterol é fundamental para o funcionamento do organismo. Trata-se de um tipo de gordura presente na estrutura das células que é essencial para a produção de hormônios, vitamina D e ácidos biliares, substâncias que ajudam na digestão das gorduras.

O problema surge quando os níveis de colesterol estão desequilibrados, em especial o LDL-colesterol, que, em excesso, se acumula nas paredes das artérias, favorecendo o entupimento dos vasos e aumentando o risco de infarto, AVC e morte súbita. Por outro lado, o HDL-colesterol, conhecido como “colesterol bom”, ajuda a remover o excesso de gordura da corrente sanguínea, tendo efeito protetor.

Fatores de risco e prevenção

O aumento do colesterol pode ter causas genéticas ou estar relacionado a hábitos de vida, como má alimentação e sedentarismo. Outros fatores, como obesidade, hipertensão, diabetes e tabagismo, também colaboram para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Segundo especialistas, é possível controlar boa parte desses riscos com mudanças simples no dia a dia: adotar uma alimentação equilibrada, rica em fibras e com baixo teor de gorduras saturadas; praticar atividade física regularmente; evitar o consumo de álcool e cigarro; manter o peso adequado e realizar exames periódicos.

A remoção do colesterol da corrente sanguínea depende principalmente da capacidade do fígado em processá-lo e eliminá-lo por meio da bile. Como essa capacidade varia de pessoa para pessoa, o acompanhamento médico é essencial para definir estratégias personalizadas de tratamento.

 

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