O Dia Mundial Sem Tabaco é uma celebração anual que informa o público sobre os perigos do uso do tabaco, as práticas comerciais das empresas de tabaco, o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) está fazendo para combater o consumo e o que as pessoas em todo o mundo podem fazer para reivindicar seu direito à saúde e a uma vida saudável. O tema para 2022 é Tabaco: Ameaça ao Meio Ambiente.
Para marcar a celebração deste ano, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) renovou sua colaboração com a OMS para aumentar a conscientização sobre a contribuição da indústria do tabaco para a crise planetária. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), o impacto prejudicial da indústria do tabaco sobre o meio ambiente é vasto e crescente, adicionando uma pressão desnecessária aos recursos já escassos e frágeis dos ecossistemas de nosso planeta.
O tabaco mata mais de oito milhões de pessoas a cada ano e destrói nosso meio ambiente, prejudicando ainda mais a saúde humana, através do cultivo, produção, distribuição, consumo e resíduos pós-consumo. Confera os prejuízos sobre o meio ambiente, em números:
-
600.000.000 de árvores cortadas para produzir cigarros;
-
84.000.000 de toneladas de emissões de CO2 liberadas no ar elevando a temperatura global;
-
22.000.000.000 de litros de água usados para produzir cigarros.
A epidemia de tabaco é a principal causa de morte, doença e empobrecimento e uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou, responsável por milhões de óbitos por ano. Mais de sete milhões dessas mortes são resultado do uso direto do tabaco, enquanto mais de 1,2 milhão de mortes são resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
Quase 80% dos mais de 1,1 bilhão de fumantes em todo o mundo vivem em países de baixa e média renda, onde a carga das doenças relacionadas ao tabaco e morte é mais pesada. Os usuários que morrem prematuramente privam suas famílias de renda, aumentam o custo dos cuidados de saúde e impedem o desenvolvimento econômico.
Em alguns países, as crianças de famílias pobres são frequentemente empregadas na produção de tabaco para gerar renda familiar. Essas crianças são especialmente vulneráveis à "doença da folha verde do tabaco", que é causada pela nicotina absorvida pela pele a partir do manuseio de folhas molhadas de tabaco.
Além desta causa, há também o chamado fumo passivo que consiste na inalação da fumaça de produtos derivados do tabaco — como cigarros, podis e pipes de água. Há mais de 7.000 produtos químicos no fumo do tabaco, dos quais pelo menos 250 são conhecidos por serem prejudiciais, e ao menos 69 por causar câncer.
Alerta: Câncer de bexiga
O tabagismo está associado a 50-70% dos casos de câncer de bexiga, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Apesar dos homens serem os mais afetados, as mulheres morrem mais por conta do tumor. Elas descobrem a doença tardiamente, em estágio mais avançado, porque os sintomas são confundidos com infecções urinárias, que costumam ser frequentes no público feminino. Geralmente, o câncer surge surge após os 55 anos de idade.
Dados atuais indicam que a chance de um homem apresentar câncer na bexiga durante a vida é de 3,8%, isto significa que um em cada 26 homens poderá desenvolver esta doença durante a vida. Para as mulheres este risco é de 1,2%, ou seja, uma em 87 mulheres terá este diagnóstico, contudo, a possibilidade de óbito é 30% maior na mulher do que no homem.
Os principais sintomas são ardência no canal uretral, aumento da frequência urinária e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. É importante ressaltar que a apresentação clássica do câncer de bexiga é indolor e a presença de sangue na urina ocorre em 80% dos casos.
Outros fatores de risco são envelhecimento, além de ambientes de trabalho por exposição a produtos químicos. Operários da indústria do ferro, alumínio, aço, indústria plástica, indústria química, metalúrgicos, corantes e couro, mineração, seringueiros, pintores, agricultores, cabeleireiros e motoristas apresentam maiores chances de desenvolver a doença.
Segundo urologistas, a presença de sangue na urina já indica a necessidade de realizar exame de cistoscopia para descartar ou não o tumor. O diagnóstico deve ser complementado, já que a extensão da doença é melhor avaliada com exames de imagem.
Na maioria dos pacientes a doença é descoberta no início, quando o tumor não apresenta invasão na camada muscular mais profunda, a retirada é via uretral. Em casos onde o tumor compromete de forma mais invasiva é necessário tratamento mais agressivo como extração da bexiga, que apresenta maiores possibilidades de cura definitiva.
Atividade no Posto do Suspiro
Para marcar esta data e melhor informar a população de Friburgo, o Programa de Controle do Tabagismo da Coordenação de Promoção à Saúde, vinculado à Subsecretaria de Vigilância, realizará uma ação na Policlínica Dr. Sílvio Henrique Braune, no Suspiro, nesta quarta-feira, 1º, às 14h.
A equipe da secretaria de Saúde, em parceria com os estagiários e supervisores do curso de Fonoaudiologia da UFF, promoverá uma abordagem aos indivíduos fumantes e não fumantes sobre o tratamento e prevenção ao tabagismo. Além disso, aqueles que desejam parar com o hábito receberão instruções sobre o assunto e como integrar no programa.
O SUS oferece tratamento a quem precisa e deseja ter uma vida mais saudável. Mais informações na unidade de saúde mais próxima da sua residência ou ligue 2523-1374.
Deixe o seu comentário