Depois de uma noite de lua cheia, uma madrugada de susto. Um Complexo Convectivo Mesoescala, sistema meteorólogico maior que uma tempestade, porém menor que um ciclone extratropical, foi, segundo especialistas em meteorologia, o responsável pelo súbito temporal na madrugada desta terça-feira, 30, atingindo principalmente a região de Duas Barras.
Os moradores do município sofreram transtornos como alagamentos e quedas de árvores. O pavimento da praça principal foi arrancado pela enxurrada. Não houve registro de vítimas.
O CCM conseguiu romper o bloqueio atmosférico que vinha mantendo o tempo firme em todo o Sudeste nos últimos dias. O sistema de baixa pressão veio acompanhado de atividade elétrica intensa e fortes rajadas de vento, que tiraram o sono de muitos friburguenses. Bairros de Nova Friburgo sofreram apagões de energia durante o temporal.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há possibilidades de pancadas de chuva no Estado do Rio nos próximos dias, até meados de abril.
Meteorologistas intrigados
Segundo o Climatempo, uma área de baixa pressão atmosférica está ganhando força na costa do Sul do Brasil e se deslocando em direção à costa do Sudeste. Os meteorologistas estão intrigados com o movimento retrógrado que esta baixa pressão faz, voltando do mar em direção ao continente.
Ciclones extras e subtropicais normalmente se deslocam para alto-mar, se afastando do continente. Entretanto, alguns modelos meteorológicos indicam que, após se afastar do continente, o ciclone deve se aproximar novamente da costa brasileira no sábado, 3 - e isso está deixando os meteorologistas intrigados. Esse movimento do mar para o continente é típico de furacões.
Ao se depararem com esta sugestão dos modelos de previsão de vento e pressão, os meteorologistas não puderam deixar de lembrar o Catarina, o único furacão até agora comprovadamente formado na costa do Brasil. Este sistema se originou de um ciclone extratropical, entrou em águas quentes e ganhou energia para se transformar em um furacão, que avançou para a costa do Sul do Brasil em 2004, causando destruição. Além disso, o fato de estarmos no mês de março deixa os meteorologistas ainda mais em alerta, já que esta é uma época em que o mar está quente, por ser o mês do fim do verão.
Até esta quarta, 31, áreas de instabilidades podem causar fortes tempestades nas regiões litorâneas do Sudeste associadas a linhas de instabilidade. O motivo é a formação de uma área de baixa pressão com 1001 hPa, considerada depressão subtropical. Segundo estudiosos do clima, existe risco de grandes volumes de chuvas em curto espaço de tempo, queda de granizo, atividade elétrica intensa e rajadas de ventos de até 100 km/h. Há risco de formação de supercélulas, tornados isolados, devido ao ingresso de massa polar pelo oceano.
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