Após o grande impacto causado pela pandemia da Covid-19, uma pesquisa realizada pela Serasa Experian para medir a expectativa de vendas das micro, pequenas e médias empresas, revelou que sete em cada dez empreendedores do setor de comércio acreditam que as vendas de Natal deste ano serão melhores do que em 2020, ou seja, 69,6% apostam no melhor faturamento de seus negócios durante o período. Inclusive, 52,8% das empresas pretendem manter os preços praticados hoje. Com relação as regiões brasileiras, os empresários do Nordeste são os mais otimistas. 72,3% creem na melhoria das vendas, seguido da região Sudeste (62,6%), Norte, Centro-Oeste (62,5%) e Sul (60,7%).
De acordo com o vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas e Identidade Digital da Serasa Experian, Cleber Genero, mesmo com um longo período difícil enfrentado pelas empresas, muitas souberam se reinventar na pandemia e devem aproveitar as grandes datas do comércio para recuperarem o caixa. “Com o avanço da vacinação e as pessoas voltando a circular com maior frequência, os empresários estão resgatando certa confiança e, de fato, precisam apostar no aumento das vendas, especialmente o Natal. Teremos nos próximos meses um bom termômetro para avaliar com mais eficiência a retomada das empresas de menor porte em 2022”, diz o executivo.
Em Nova Friburgo já se observa maior movimento de consumidores no centro comercial daAvendia Alberto Braune. Os lojistas apostam alto no aumento das vendas a partir da próxima semana. As lojas, inclusive, já estão autorizadas, graças a um acordo entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores no setor a manterem as lojas abertas até as 20h nos dias úteis e sábados, além de abrirem as portas nos próximos dois domingos que antecedem ao Natal.
Expectativa de vendas por porte
O levantamento mostrou ainda que durante o período do Natal as empresas de pequeno porte são as que mais estão com boas expectativas de faturamento neste Natal (68,6%), seguidas pelas microempresas (63,5%) e as de médio porte (62,4%).
Ainda de acordo com o índice, 61% dos empreendedores de todos os portes estão confiantes que mesmo após o Natal as vendas seguirão em alta e com esta expectativa de melhora, 82,3% das empresas pretendem ou já contrataram novos funcionários para atender a demanda esperada até o fim do ano, além disso devem mantê-los em suas posições mesmo depois desse período.
Segundo o economista da Serasa, Luiz Rabi, as vendas durante o período do Natal podem ser um grande incentivo para a retomada econômica no cenário pós pandemia. “Em 2020 tanto a população quanto as empresas estavam cautelosas. As pessoas deixaram de comprar, pois não sabiam como seriam os próximos meses e consequentemente as empresas deixaram de faturar. Mas, após meses de incertezas já é possível voltar a planejar. O Natal pode ser o pontapé para esse movimento positivo na economia. A grande expectativa de voltar a crescer está tomando conta dos empresários, por isso já é possível fazer planos para o futuro e planejar contratações após um período alto de demissões em 2020”, observou.
Metodologia
A pesquisa entrevistou 551 executivos de micro, pequenas e médias empresas do setor comercial em todo o país, que atendem consumidores, empresas ou os dois públicos. Participaram também representantes dos segmentos de Serviços, Comércio Varejista, Comércio Atacadista e Indústria.
Compras de presentes devem movimentar R$ 4,6 bilhões na economia fluminense
O período mais importante no comércio, as festas de final de ano, sobretudo o Natal, terão pela primeira vez suas celebrações com boa parte da população do estado vacinada contra a Covid-19. Mais da metade dos fluminenses têm a intenção de presentear familiares e amigos com lembrancinhas e roupas neste Natal. É o que revela a mais recente pesquisa do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio) feita com 503 consumidores de diversos municípios fluminenses.
Segundo o estudo, realizado entre os dias 26 de novembro e o último dia 1º, cerca de 56,5% dos consumidores pretendem presentear alguém no Natal, uma variação positiva de 3,5 pontos percentuais se comparado à 2020, mas ainda 4,5 pontos inferior à 2019, período pré-pandemia. Aproximadamente 7,8 milhões de pessoas têm a intenção comprar presentes nas próximas duas semanas.
O gasto médio também apresentou elevação, passando de R$ 495,47 em 2020, para R$ 584,04 em 2021, um acréscimo de quase R$ 90, se comparado ao ano passado. Dessa forma, a Fecomércio estima que a movimentação financeira na economia fluminense deva ser de R$ 4,6 bilhões neste Natal. Em 2020, esse valor foi de R$ 3,3 bilhões e em 2019, cerca de R$ 3 bilhões. Pode ter contribuído para o bom resultado o fato de os empregos formais terem apresentado números positivos no Estado, atrelado à retomada econômica. Aos poucos, esses consumidores podem estar canalizando esses recursos para o consumo.
Itens mais procurados
Entre as opções preferidas estão: lembrancinhas (46,1%), roupas (46,1%), brinquedos (31%), calçados, bolsas e acessórios (26,8%), perfumes e cosméticos (22,5%), eletrônicos (16,9%), livros ou ebooks (12,7%), eletrodomésticos (11,6%) e joias e bijuterias (8,1%).
Ao serem perguntados onde farão suas compras, a maior parte dos pesquisados respondeu que se dividiram entre lojas físicas e online (48,9%), só física (28,9%) e somente online (22,2%). O percentual de pessoas que farão compras em lojas físicas não retornou aos patamares de 2019, antes da pandemia, que foi de 43,6%.
Para o diretor do IFec RJ, João Gomes, apesar do total de volume financeiro de 2021 ser maior que no ano passado por conta dos efeitos da retomada econômica, o Natal será novamente dos pequenos presentes. “Na pesquisa deste ano observamos, assim como em 2019, um grande percentual de consumidores que vão optar por presentes mais baratos, as famosas lembrancinhas. Além disso, vimos um crescimento na porcentagem de pessoas que disseram ter a intenção de fazer suas compras no comércio eletrônico, comprovando que o hábito da aquisição de itens por meio online deve permanecer entre os consumidores fluminenses”, destaca o economista.
A Fecomércio
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ) é formada por 59 sindicatos patronais fluminenses e representa os interesses de todo o comércio de bens, serviços e turismo do estado. O setor reúne mais de 314 mil estabelecimentos, que respondem por 2/3 da atividade econômica do estado e representam 68% dos estabelecimentos fluminenses, gerando mais de 1,6 milhão de empregos formais no total, que equivalem a 60% dos postos de trabalho com carteira assinada no estado do Rio de Janeiro. Além disso, a Fecomércio RJ administra, no estado do Rio, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comércio (Senac).
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