Iota, variante americana do coronavírus, pode ser até 60% mais letal

Cepa foi identificada pela primeira vez em novembro de 2020, em Nova York; ainda não há casos registrados no Brasil
quarta-feira, 11 de agosto de 2021
por Jornal A Voz da Serra
Iota, variante americana do coronavírus, pode ser até 60% mais letal

Um estudo realizado nos Estados Unidos surpreendeu pesquisadores ao mostrar que uma variante do coronavírus, detectada em Nova York em novembro de 2020, pode ser até 60% mais letal do que a original de Wuhan, na China. A pesquisa também aponta que a cepa, chamada de Iota, tem taxa de transmissão e capacidade de escapar do sistema imunológico maiores do que se previa. Ainda não há casos registrados no Brasil. As informações são do jornal O Globo.

O trabalho foi desenvolvido por especialistas do Departamento de Saúde e Higiene Mental da Cidade de Nova York e da Escola Mailman de Saúde Pública, da Universidade de Columbia, e ainda não foi revisado por outros pesquisadores — procedimento adotado em trabalhos científicos. Mesmo assim, os resultados chamaram a atenção ao indicar que a Iota consegue escapar do sistema de defesa do organismo em até 10% dos casos e que tem taxa de letalidade semelhante à Alfa, que foi detectada no Reino Unido.  

Para obter os resultados, os pesquisadores utilizaram uma modelagem matemática para determinar a taxa de transmissão e compararam os índices com base em dados epidemiológicos e populacionais. Segundo O Globo, esses modelos matemáticos costumam apontar um número de casos e mortes aproximados da realidade, ao contrário do que pode acontecer quando se analisa somente dados epidemiológicos, por exemplo, pois há risco de que a taxa de mortalidade seja aumentada devido à subnotificação de casos.

O geneticista Salmo Raskin, diretor do laboratório Genetika, em Curitiba, disse ao Globo que a Iota já chama a atenção dos especialistas “porque tem características de transmissão, escape da resposta imunológica e taxa de letalidade semelhantes à variante Alfa, uma das quatro cepas de preocupação”. 

Além das taxas, o estudo mostrou que a variante americana começou a perder força em Nova York a partir de janeiro deste ano, quando a Alfa passou a circular nos Estados Unidos. No entanto, ainda não se sabe qual o impacto da Iota diante da Delta,  cepa que se sobrepôs à Alfa, fazendo com que o número de internações no país voltasse a aumentar.  

"Se vencer a luta evolutiva contra a Delta, é bem possível que ela passe da classificação usada na ciência de cepa de interesse para cepa de preocupação”, disse Raskin ao O Globo. 

As variantes de preocupação são aquelas que, além de se alastrar, elevam a taxa de transmissão, mudam ou aumentam os sintomas e reduzem a efetividade de diagnósticos, vacinas e tratamentos terapêuticos. Entretanto, outras pesquisas já apontaram que a Iota não é tão resistente aos tratamentos, e evidências mostram que ela não aumenta o risco de infecções graves em pessoas imunizadas ou que já tiveram a doença.

Risco para o Brasil 

Ainda de acordo com O Globo, a variante Iota já foi identificada em todos os 52 estados dos EUA e está presente em ao menos 27 países. Para o geneticista Salmo Raskin, existe a possibilidade de que ela chegue ao Brasil por meio de viagens internacionais ou em decorrência do descontrole da pandemia, que pode fazer com que essa e outras cepas surjam de forma espontânea no país. 

"As variantes que apresentam mutações nos genomas não chegam apenas por pessoas que viajam de um lugar para o outro. Estas variantes mostram, do ponto de vista evolutivo, que o coronavírus se adapta melhor mudando o código genético. Isso quer dizer que em qualquer lugar do mundo em que existir qualquer variante do coronavírus, ele pode se modificar naturalmente para uma variante Iota ou outra qualquer", afirmou.

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