Frustração, tristeza, ansiedade e medo são alguns dos sentimentos relatados no fim de ano

Entenda por que é comum se sentir deprimido no período das festas e saiba como lidar com essas emoções
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
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O final do ano é também uma época para refletir, fazer um balanço sobre o que passou, avaliar quais metas foram ou não alcançadas e se preparar para um novo ciclo. Todo esse ritual pode provocar uma alta carga de estresse emocional, que pode desencadear crises ansiosas ou depressivas. 

Para quem já convive com algum transtorno mental, o período pode ser ainda mais delicado e, por isso, é importante se planejar e aprender a manejar a pressão dessa época do ano. 

Ricardo Chaves, psicólogo formado pela PUC-Campinas e pós-graduado em trabalho e saúde mental pela Unicamp, comenta:

“O final de um ciclo é também uma forma de avaliarmos a nossa evolução e o nosso progresso, o que muitas vezes pesa emocionalmente, por não termos dado conta de tantas metas, objetivos e desejos que alimentamos durante o ano. Como se não bastasse, as expectativas que temos sobre o futuro afetam diretamente nosso estado emocional. Se estamos otimistas, tendemos a experimentar no presente uma sensação de confiança, mas se estamos pessimistas, passamos a sentir medo por não conseguirmos controlar as demandas do futuro próximo”.

Depressão sazonal

Nos países localizados no Hemisfério Norte, como os Estados Unidos, a melancolia que acompanha o período do Natal e do Ano Novo pode vir junto da depressão sazonal, que é um tipo específico de depressão que ocorre apenas em algumas épocas do ano, geralmente no inverno. O próprio clima frio, de céu cinza (o que diminui nossa exposição à luz do sol) afeta diretamente o humor. 

Aqui no Brasil, como as festas ocorrem em pleno verão, não temos esse fenômeno. Dessa forma, é importante não confundir a tristeza e a frustração dessa época com a depressão sazonal, pois apesar desses sentimentos aflorarem em um momento sazonal específico, eles estão ligados a eventos, e não ao recorte de tempo em si.

É importante, também, avaliar se a tristeza é pontual ou se é um agravamento de uma tristeza mais latente, que já estava por ali, mas se exacerbou por conta da pressão das festas. Se for o segundo caso, conversar com um profissional de saúde mental pode ajudar a trabalhar essas emoções. É o que pontua o psiquiatra Marcel Fulvio Padula Lamas, coordenador da Psiquiatria do Hospital Albert Sabin, em São Paulo.

“Essas datas comemorativas geralmente são boas, mas para alguns pacientes elas podem ser péssimas, caóticas. Para esses pacientes a gente tem que ter uma atenção maior do quanto essa época pode ser prejudicial, do quanto a pessoa pode ficar mais depressiva e ter um risco aumentado de suicídio”, explica.

Para os quadros depressivos mais leves, o psiquiatra destaca que, muitas vezes, a terapia é suficiente para ajudar a pessoa a entender de onde vêm esses sentimentos e aprender a elaborar estratégias para lidar com eles. Agora, quando a pessoa já tem algum transtorno mental e apresenta um quadro moderado ou grave, pode ser interessante discutir também o uso de alguma medicação. Isso deve ser avaliado pelo profissional de saúde, em parceria com o paciente.

Política

Nos últimos anos, o clima de polarização política causou fissuras em grupos de amigos, no trabalho e na família. Por isso, é comum também que haja uma tensão com a chegada das festas e a possibilidade de se reunir com familiares que tenham um posicionamento muito diferente do seu. Como se preparar emocionalmente para esses eventos? 

De acordo com Ricardo Chaves, é preciso levar em consideração a maturidade emocional dos envolvidos. “Existe um ditado popular que diz que se um não quer, dois não brigam. É possível medir nossa capacidade de tolerar esse tipo de desconforto analisando episódios de conflitos anteriores. Mas é preciso ser honesto nessa autoavaliação.”

O profissional também sugere estabelecer combinados entre os convidados para garantir um evento mais tranquilo, como evitar o assunto política ou se comprometer a focar nos pontos que unem o grupo, ao invés dos que o separam.  (Fonte: //drauziovarella.uol.com.br/)

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