Depois das ondas de frio, o veranico e a estiagem prolongada passam a desfilar na passarela do clima friburguense. O tempo deve seguir seco ao longo desta e de mais duas semanas, com chuva - bem escassa - prevista agora apenas para o dia 21, quando as máximas também devem cair sensivelmente, de 25 para 15 graus.
Em Nova Friburgo, a umidade relativa do ar está em 30%. A nebulosidade da manhã desta quinta-feira, 7, foi provocada por uma leve frente fria que já foi desviada para o alto-mar pela grande e forte massa de ar seco estacionada sobre grande parte do Brasil. O ar seco inibe a formação de nuvens de chuva.
Enquanto a estiagem domina o Sudeste, a chuva segue concentrada no Norte e no Nordeste do país e no extremo sul gaúcho.
Tecnicamente, existe diferença entre seca e estiagem. Estiagem é um período com registro baixo ou zerado de chuva, a ponto de o solo perder mais umidade do que é reposto pelas precipitações. Já a seca corresponde ao período de estiagem prolongada que gera desequilíbrio hidrológico grave.
Neste inverno, estação normalmente seca, plantas que se podem dar ao luxo de serem irrigadas estão verdejantes e florescendo com um colorido extremo. É o caso, por exemplo, dos manacás do Nova Friburgo Country Clube (foto acima, de Regina Lobianco e na galeria abaixo). Por outro lado, as montanhas da cidade estão bem secas e sujeitas a incêndios florestais, comuns nesta época do ano (abaixo, de Adriana Oliveira).
Crise hídrica na Europa
A Europa, por exemplo, está vivendo uma crise hídrica. A situação é dramática no norte da Itália, que atravessa sua pior seca em 70 anos. Várias regiões foram colocadas em estado de alerta. Mais de cem cidades tiveram de ordenar a restrição do consumo de água.
Esta semana o governo italiano declarou estado de emergência até o final do ano em cinco regiões. As autoridades planejam disponibilizar 36 milhões de euros (R$ 198 milhões) de imediato para ajudar a combater a crise hídrica.
Devido aos meses de seca e também porque no inverno quase não nevou, o nível de água dos rios Dora Baltea e Pó (o mais longo da Itália) está um oitavo do normal. Esses dois rios abastecem uma das principais regiões da agricultura na Europa, que está com 30% de sua produção ameaçados pela seca.
A autoridade hídrica na região nordeste, em torno do rio Sesia, deu ordens para que árvores frutíferas e choupos não sejam mais irrigados. A água economizada deverá ir para as plantações de arroz, que são de grande importância econômica.
O prefeito de Verona proibiu até o fim de agosto a rega de jardins e campos de esporte, assim como lavar carros e pátios e encher piscinas, de modo a garantir o abastecimento de água potável. As plantações de vegetais só podem ser irrigadas à noite.
A cidade de Pisa também adotou o racionamento. A partir de julho, a água potável só pode ser utilizada para fins domésticos e de higiene pessoal. Infrações estão sujeitas a multas de até 500 euros. Em Milão, as fontes decorativas foram desativadas. Algumas cidades chegam a proibir os salões de beleza de lavar duas vezes os cabelos das clientes.
O problema também atinge Portugal e Espanha.
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