Separem as cadernetas de vacinação e os documentos de toda a família. Amanhã, 20, é o “Dia D de Vacinação” contra a Poliomielite (paralisia infantil) e multivacinação para crianças e adolescentes. Também haverá a imunização contra o vírus Influenza (causador da gripe) para crianças a partir dos seis meses, jovens e adultos e também contra Covid-19. Serão realizadas todas as aplicações para o combate ao coronavírus: primeira, segunda, terceira e quarta doses para crianças e adultos, respeitando-se o intervalo necessário entre elas.
A gotinha contra a pólio e as demais vacinas serão aplicadas neste sábado, 20, na ação Dia D nos postos de saúde Silvio Henrique Braune, no Suspiro; Tunney Kassuga, em Olaria; Ariosto Bento de Mello, no Cordoeira; José Copertino Nogueira, em São Geraldo, e Waldir Costa, no distrito de Conselheiro Paulino, das 9h às 16h. É importante ter em mãos documento original com foto, CPF ou cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) e a caderneta de vacinação.
A Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite e Multivacinação começou no último dia 1º. De acordo com o Ministério da Saúde, a adoção da estratégia de multivacinação acontece diante do cenário de baixas coberturas vacinais e a reintrodução do sarampo, além do risco da reintrodução da poliomielite e o aumento de casos de doenças até então controladas.
Segundo ainda o Ministério da Saúde, o Brasil, hoje, se encontra na classificação de país de alto risco para a poliomielite de acordo com o relatório de 2021 da Comissão Regional de Certificação (CRC). Os resultados mostram que o país apresenta aproximadamente 84% dos municípios classificados como de “alto risco” e “muito alto risco” para a pólio. Isso, porque desde 2015, tem acontecido uma progressiva queda das coberturas vacinais para poliomielite, menores que 95% do público alvo, considerado o mínimo para a proteção da população.
Em 2015, o Brasil vacinou 98,3% dos pequenos, contra a poliomielite. Em 2021, essa cobertura vacinal caiu para 69,9%. Já no Estado do Rio de Janeiro, a situação está ainda mais crítica: enquanto houve cobertura de mais de 100% em 2015, em 2021, apenas 53,9% do público alvo foi imunizado contra a poliomielite.
O Brasil não detecta casos da doença desde 1990. Em 1994, recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a Certificação de área livre de circulação do Poliovírus, juntamente com os demais países das Américas.
De acordo ainda com informações do Ministério da Saúde, não é só a cobertura vacinal contra a poliomielite que apresenta queda ano após ano, todas as outras vacinas do calendário do Plano Nacional de Imunização (PNI) seguem o mesmo caminho.
Desde 2019, nenhuma vacina do calendário da criança atingiu a meta preconizada. Situação idêntica foi observada com as vacinas HPV, febre amarela e hepatite B e outras destinadas ao adolescente, ao adulto e ao idoso, na rotina dos serviços de saúde.
Consequências da baixa adesão
As baixas coberturas vacinais têm provocado sérios problemas à saúde dos brasileiros, como a reintrodução da transmissão do Sarampo, depois do país ter recebido o certificado de eliminação da doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2016. Em 2018, casos e transmissão começaram novamente e o país perdeu o certificado da erradicação do Sarampo.
Gripe e Covid-19
Além de colocar a caderneta de vacinação em dia, crianças, adolescentes, adultos e idosos, que não tomaram a vacina contra a gripe esse ano, e que estejam em atraso com doses dos imunizantes contra a Covid-19 poderão se vacinar contra essas doenças no sábado, em Nova Friburgo. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a baixa adesão à quarta dose da vacina contra a Covid-19 é preocupante.
Até quarta-feira, 17, apenas 18.798 idosos voltaram para tomar a quarta dose do imunizante. Comparando com os idosos que tomaram a primeira dose de reforço, 30.873, estima-se que mais de 12 mil idosos não estejam em dia com a imunização contra a doença.
Entre os adolescentes, a partir dos 12 anos e adultos até 59 anos, a situação é ainda pior. A primeira dose de reforço foi aplicada em 64.823 pessoas. Já a quarta dose em apenas 18.270. Entre crianças de 5 a 11 anos, a diferença entre a primeira e segunda dose (as únicas liberadas para esse público) não é tão grande: 12.419 receberam a primeira dose e 9.393 a segunda.
Outro público que não está buscando a imunização contra a Covid-19 é o de crianças de 3 e 4 anos, cuja vacinação foi liberada em julho pelo Ministério da Saúde. Até esta quinta-feira, 18, apenas 159 crianças de 3 anos e 468 de 4 anos receberam o imunizante.
A vacina contra a Influenza também está registrando baixa adesão e, mais uma vez, foi disponibilizada para todo o público a partir dos seis meses de idade. Das 44.750 pessoas imunizadas contra a doença, 9.605 são idosas, 6.974 fazem parte do grupo prioritário e 5.163 crianças. O público em geral que recebeu a vacina contra a gripe é de 22.668 pessoas e outras 340 foram vacinadas em vacinação itinerante.
A vacina contra o vírus Influenza, que está sendo aplicada nos postos é trivalente e previne contra vários tipos da doença, entre eles, a H3N2, que foi responsável por um surto entre o final do ano passado e o início deste ano, levando muitos pacientes a internação e outros a óbito.
Monkeypox: primeiras vacinas devem chegar ao Brasil no mês que vem
As primeiras doses da vacina contra a Monkeypox, conhecida popularmente como varíola dos macacos, destinadas ao Brasil deverão chegar em setembro, informaram nesta semana o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Daniel Pereira, e o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo Medeiros. Cerca de 20 mil doses deverão chegar no mês que vem e outras 30 mil, em outubro.
Apenas profissionais de saúde que manipulam as amostras recolhidas de pacientes e que tiveram contato direto com doentes serão vacinados. O esquema de vacinação será feito em duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas. A aquisição será feita por meio de convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) porque a empresa dinamarquesa produtora da vacina não-replicante não tem escritório no Brasil nem pretende abrir representação no país. “Existe um pedido da Opas para a aquisição de 100 mil doses de vacinas para as Américas. Dessas 100 mil doses, 50 mil serão adquiridas pelo Ministério da Saúde”, detalhou Medeiros.
Os secretários do Ministério da Saúde confirmaram a vacinação no Brasil na cerimônia de inauguração do Centro de Operação de Emergência (COE), que coordenará os trabalhos de monitoramento e de combate à doença. Segundo o secretário de Vigilância Sanitária, o ministério informou que não haverá campanha de vacinação em massa porque não existe recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Os vírus da Monkeypox e da Covid-19 são absolutamente distintos e não é o caso de vacinar toda a população, como ocorreu no combate ao coronavírus”, justificou.
Embora, neste primeiro momento, o Brasil compre as doses de uma empresa dinamarquesa, Medeiros não descartou a possibilidade de que, no futuro, o Ministério da Saúde compre doses do Instituto Butantan ou do Laboratório de Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, caso essas unidades produzam algum imunizante não-replicável contra a varíola dos macacos e caso haja necessidade.
Orientações e balanço
O Ministério da Saúde manteve as orientações para quem tem suspeita de estar infectado pela Monkeypox. Quem tiver sintomas deverá procurar um médico, informar os contatos próximos e isolar-se o mais rápido possível. Embora a maior parte dos casos registrados até agora tenham sido em homens que tiveram relações sexuais com outros homens, o secretário de Vigilância em Saúde alertou que qualquer pessoa pode contrair o vírus.
O Ministério da Saúde também atualizou as estatísticas de casos da varíola dos macacos. Em todo o Brasil, o número de casos confirmados subiu para 1.066, contra 978 até a última quarta-feira, 17. As cidades com mais ocorrências são São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte-MG, onde um paciente, de 41 anos, morreu. Na quarta-feira, a Espanha também confirmou a primeira morte por varíola dos macacos, a segunda fora do continente africano. Até agora, foram registradas sete mortes em todo o planeta neste surto da doença. O país com o maior número de casos são os Estados Unidos, com cerca de 4,9 mil ocorrências. (Agência Brasil)
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