As escolas particulares estão passando por um momento muito difícil financeiramente devido a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia. Mesmo com a previsão de retorno em 15 de setembro, ainda há incertezas quanto à retomada do setor, já que muitos pais estão com medo de deixarem as crianças irem para a escola e também pelo fato da maioria do corpo docente das escolas ser composto por pessoas maiores de 60 anos, que integram o grupo de risco da Covid-19. Com isso, a luz do fim do túnel é cada vez mais distante.
Uma boa notícia, é que na última semana a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) debateu a possibilidade de as escolas particulares serem beneficiadas com uma linha de crédito de até R$ 150 milhões. A reunião ocorreu com o intuito de buscar um entendimento entre os representantes do segmento, que estão há 150 dias sofrendo com os efeitos das escolas fechadas, tais como desistências de matrículas e inadimplência, além de construir um consenso entre as secretarias estaduais de Saúde, Educação, Casa Civil e a Agência Estadual de Fomento (AgeRio).
No encontro, ficou acordado que a Casa Civil vai atuar, junto com a Alerj e a AgeRio, para buscar linhas de crédito para as unidades em situação crítica. “Vamos buscar um entendimento para uma solução viável para esta questão”, afirmou o presidente da Alerj, deputado estadual André Ceciliano, acrescentando que o grupo deve fazer uma nova reunião no próximo dia 31 para acompanhamento da questão.
Para o secretário da Casa Civil, André Moura, é importante buscar a liberação das linhas de crédito o mais rápido possível. “O objetivo é avançar nessa pauta iniciada hoje, para que essas negociações possam seguir dentro dos critérios para a liberação de recursos”, ponderou. O secretário de Saúde, Alex Bousquet, disse que está sensibilizado com as dificuldades que as escolas particulares estão passando, mas que o momento ainda é delicado. “É preciso ter cautela, já que ainda não está preciso o comportamento do vírus em crianças”, alertou. Ele falou da importância dos critérios que a pasta está adotando para respaldar esse retorno e que há uma equipe de trabalho em parceria com outros órgãos trabalhando para a reabertura. O secretário mencionou que está aberto a sugestões e que o principal é buscar esse entendimento.
É preciso ter cuidados
A representantes das escolas particulares, Cláudia Jordão, fez um apelo para que as autoridades olhem com bastante cuidado para esse momento e para a categoria. “Fizemos cursos de capacitação pela Prefeitura do Rio, seguindo os protocolos sanitários e as regras de ouro implementadas pelo comitê científico”, acrescentou.
O secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes, também participou do encontro e ponderou também que é preciso ter cuidado com este momento. “O que está sendo discutido é se o Estado tem condições de retomar estas atividades sem colocar a vida das pessoas em risco. É preciso priorizar a saúde e fazer essa retomada de forma mais segura, obedecendo todos os critérios apontados pela Secretaria estadual de Saúde”, afirmou.
Presente ao encontro, o deputado estadual Márcio Gualberto (PSL) ressaltou a importância de socorrer as escolas. “O risco de falência e desemprego pode agravar, e trazer uma repercussão negativa e uma crise financeira ainda maior para o estado do Rio”, alertou.
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