A integração entre policiais estaduais e federais, com apoio de concessionárias e outros órgãos, será a estratégia para evitar arrastões e engarrafamentos nas estradas fluminenses, desde o Natal até o carnaval. O plano foi fechado em uma reunião nesta quarta-feira, 2, no Rio, entre representantes de todos os órgãos envolvidos na segurança e na manutenção das rodovias que ligam o Rio à Região dos Lagos.
Com a flexibilização das restrições e o cancelamento do réveillon e dos desfiles de carnaval por causa da pandemia de coronavírus, é previsto um movimento jamais visto nas estradas na alta temporada de verão.
"As pessoas estão doidas para saírem de casa e todas as pesquisas do setor de turismo indicam que o litoral fluminense é o destino preferido por cariocas, paulistas e mineiros. A procura pelos hotéis, pousadas e casas de aluguel está uma loucura. No congresso de Búzios será apresentado o plano de contingência para todos os órgãos envolvidos nas operações e para os 13 prefeitos eleitos na Costa do Sol", disse Marco Navega, presidente do Conselho de Desenvolvimento do Turismo da Costa do Sol (Condetur).
A maioria dos hotéis da Região dos Lagos já estão com 100% de taxa de ocupação e é previsto que mais de cem mil carros passem num único dia pela Ponte Rio-Niterói rumo às praias.
Na semana que vem será realizada outra reunião para definir ações na Costa Verde.
No encontro de ontem, foi solicitado às concessionárias que paralisem as obras não emergenciais no período do verão. Serão feitas operações integradas para dar fluidez ao tráfego em pontos críticos das rodovias, como é o caso do Trevo de Manilha; os radares eletrônicos serão desligados e sinalizados; saídas clandestinas das rodovias, abertas por moradores, serão fechadas; o policiamento será reforçado no Arco Metropolitano, na Niterói-Manilha e na RJ 106 (Niterói-Região dos Lagos, via Maricá); e, tanto as polícias quanto as concessionárias vão montar equipes extras para substituir pessoal afastado por ter contraído o vírus.
O Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV) está finalizando um relatório, para ser entregue ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER), com os pontos críticos de buracos e de radares eletrônicos que precisam ser desligados nos dias de maior movimento. O dia 2 de janeiro costuma ser o de maior número de carros nas rodovias.
Preocupação com arrastões
"Nesta época de fluxo excepcional, as famílias vão para as estradas para se divertir, mas os marginais vão para faturar. Nossa grande preocupação é o inferno de Manilha. Os engarrafamentos no funil do Trevo de Manilha, em Itaboraí, acabam se transformando num problema de segurança pública porque estimulam arrastões em três estradas (BR-101, BNR-493 e RJ 104). A concessionária está devolvendo a concessão, as obras foram paralisadas e a terceira faixa concluída está fechada e sendo usada para caminhadas de moradores de São Gonçalo. A PM e a PRF vão estruturar um plano de segurança muito forte para a Niterói-Manilha e para o Arco Metropolitano. As respostas aos problemas no verão serão mais rápidas e as viagens mais seguras", disse o secretário estadual de Transportes, Delmo Pinho.
Todos os problemas levantados na reunião, com indicação de soluções, serão reunidos num plano de contingência que será apresentado dia 15 no Congresso Estadual de Turismo em Búzios. Um dos pontos é a necessidade da unificação de informações, com uma grande campanha de comunicação para orientar os usuários das rodovias sobre os melhores horários para pegar a estrada. Os representantes da Via Lagos informaram que os radares eletrônicos na BR-101 e na RJ-106, em São Pedro da Aldeia; a operação Lei Seca; e, o fechamento parcial da pista em frente aos postos da Polícia Rodoviária prejudicam o fluxo de veículos.
Secretário estadual de Turismo, Gustavo Tutuca disse que as pessoas vão dar preferência aos automóveis, em detrimento dos aviões e dos ônibus, por se acharem mais seguros em relação ao coronavírus.
"O conjunto de ações que serão tomadas não irá resolver, mas certamente reduzirá os transtornos nas rodovias. Foram levantadas na reunião pequenas ações capazes de resolver grandes problemas. A intenção é praticar o turismo consciente para dar um gás na nossa economia, que foi abalada pela pandemia", disse Tutuca.
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