Enquanto aulas presenciais não retornam, mães se reinventam

Sem ter com quem deixar filhos para trabalhar, mães buscam nova alternativas para obter renda
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
por Christiane Coelho, especial para A VOZ DA SERRA
Creche inaugurada pela prefeitura (Arquivo AVS)
Creche inaugurada pela prefeitura (Arquivo AVS)

A maquiadora e designer de sobrancelhas, Marina Machado, imaginou que em 2020, conseguiria retornar à carreira, depois de passar o primeiro ano de vida do filho, Joaquim, se dedicando exclusivamente a ele. Mas, depois de apenas 15 dias frequentando a creche, as aulas foram suspensas, devido à pandemia da Covid-19 e Marina se viu obrigada a voltar para casa e deixar o trabalho na clínica de estética porque não tinha com quem deixar o pequeno. Desde então, a mãe de Joaquim teve que se reinventar, abrir mão da sua profissão de formação e passou a empreender com papelaria criativa, tarefa que consegue exercer em home office e, assim, permanecer junto ao filho.

Essa é a realidade de muitas mulheres desde março do ano passado. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria do Vestuário de Nova Friburgo (Sindvest), feita com 90 empresas, dos 3.201 funcionários, 32% são mulheres com filhos de zero a 16 anos. “Quando essas mães não têm com quem deixar seus filhos, muitas passam a trabalhar com facções, por isso o aumento expressivo dessa modalidade nesse período. O apagão de mão de obra no setor, além da falta de capacitação, também se justifica pela falta de disponibilidade de profissionais. E o fato de muitas mães não terem onde deixar seus filhos para trabalhar, influi muito nesse cenário”, explicou o presidente do Sindvest, Marcelo Porto.

Creches e escolas municipais em sistema híbrido

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, Nova Friburgo possui  97 unidades escolares de Educação Infantil (creches). Dessas, 47 funcionam em tempo integral.  E, com a abertura para a educação de forma híbrida desde maio deste ano, apenas 31 unidades de Educação Infantil retornaram presencialmente, ou seja, apenas 32% estão abertas para receber os alunos de zero a 5 anos e nenhuma oferecendo o período integral.

O decreto municipal 1.090/2021, que regulariza a educação no município, determina o distanciamento mínimo de um metro entre as carteiras e os alunos, o que possibilitou o retorno 100% presencial em muitas unidades particulares do município. Na última segunda-feira, 25, as aulas na rede estadual passaram a ser também 100% presenciais. Mas isso, ainda não é uma realidade nas escolas municipais de Nova Friburgo. 

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), o atendimento é diferenciado, de acordo com a realidade e o número de crianças que estão retornando. Em nota, a Prefeitura de Nova Friburgo informou “que o revezamento na educação infantil acontece de várias formas: de segunda a quarta-feira ou de segunda à quinta-feira, quando há apenas um grupo por turma em função do número reduzido de alunos. Havendo a necessidade de dividir o atendimento em dois grupos, o ensino presencial acontece em dois dias da semana em cada grupo. A divisão ainda acontece nos dois turnos: manhã e tarde. A sexta-feira fica reservada para o atendimento remoto”, informou a secretaria.

A prefeitura ainda explicou, através de nota, que “a Secretaria Municipal de Educação não toma as decisões do retorno das aulas presenciais sozinha, observado, principalmente, neste momento, a questão da segurança sanitária. Por mais que a SME entenda que as crianças precisam voltar às salas de aula, a questão da proteção contra a transmissão da Covid-19 e a adequação de infraestrutura das unidades ainda são fatores que determinam este retorno.”

A nota finaliza informando que, “com o quadro pandêmico estabelecido, o atendimento às crianças foi modificado seguindo os documentos vigentes. Inclusive, é um momento atípico, fora da realidade acostumada por todos, e as adaptações e mudanças, visando a seguridade de todos, têm sido constantes e necessárias. Sendo assim, o período integral ainda não foi disponibilizado em função da incompatibilidade entre o espaço físico das unidades e a obrigatoriedade do distanciamento constante no decreto municipal.”

 

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