Avanços científicos importantes comprovam a eficácia da cannabis medicinal no tratamento ou controle de sintomas de diversas doenças e transtornos de saúde e demonstram que seu composto mais famoso, o canabidiol, também conhecido como CBD, atua como um neuromodulador nos receptores espalhados pelo corpo, impactando diretamente o sistema nervoso central. Contudo, a cannabis medicinal e seus componentes ainda sofrem por conta do preconceito enraizado em seu uso recreativo.
“Enquanto a cannabis medicinal for vista como tabu, haverá sempre uma desconfiança. Por isso, ao saber dos benefícios do tratamento para a sua condição, o paciente pode sugerir o tratamento. Sofrer com uma condição crônica e não encontrar alívio adequado, mesmo já existindo alternativas disponíveis no mercado, como o uso medicinal da cannabis, é um atraso para a saúde pública e a medicina nacional”, destaca o médico Vitor Brasil, integrante da equipe Anna Medicina Endocanabinoide, empresa que nasceu para desburocratizar o acesso à cannabis medicinal no Brasil.
Pensando na difusão do tema e, principalmente, na conscientização com relação aos benefícios gerados pela cannabis medicinal, o dr. Vitor Brasil listou nove doenças que podem ter seus sintomas aliviados com o uso de produtos desenvolvidos à base da planta. Confira alguns possíveis benefícios encontrados nas pesquisas mais recentes:
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Autismo: Controle da ansiedade e agitação, reduzindo a hiperatividade e beneficiando o controle do sono;
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Câncer: Tratamento de náuseas e vômitos causados por quimioterapia e radioterapia;
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Demências: Redução da gliose reativa e da resposta neuro inflamatória, com indícios sobre os impactos no desenvolvimento de déficits cognitivos;
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Dor crônica: Os efeitos analgésicos auxiliam na redução de dores crônicas, incluindo dor neuropática, dor devido a lesões na medula espinhal, artrite, dores musculares e até mesmo em síndromes dolorosas causadas pela endometriose;
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Espasticidade muscular: Redução da espasticidade muscular em pacientes com esclerose múltipla e lesão medular;
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Epilepsia: Melhora significativa das convulsões, sendo uma das principais indicações formais para epilepsias de difícil controle;
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Estresse pós-traumático: Redução dos sintomas de ansiedade e melhora dos parâmetros de sono;
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Fibromialgia: Os efeitos analgésicos e relaxantes ajudam a diminuir dores e inflamações;
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Transtornos de ansiedade: Redução dos sintomas de ansiedade e melhora dos parâmetros de sono.
“Temos inúmeros elementos que dificultam a consolidação da terapêutica canabinoide em nosso país. O primeiro, sem dúvida, é a desinformação aliada aos aspectos de discriminação do uso recreativo da maconha. Atualmente, menos de 2% dos profissionais médicos do país têm alguma inserção na prescrição de cannabis medicinal.
Mesmo assim, o conhecimento do sistema endocanabinoide não é ensinado durante a graduação e isso impacta diretamente na elaboração de políticas públicas que sejam mais assertivas. Precisamos investir em mais estudos, discutir o tema e divulgar os benefícios da cannabis medicinal para superar essas barreiras que ainda freiam os benefícios gerados por essa planta que está diretamente ligada ao futuro da medicina”, completa Vitor Brasil.
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