Deslizamento no Jardim Califórnia: metade das casas é desinterditada

Acidente fez a Defesa Civil interditar preventivamente 70 imóveis na semana passada. Novo estudo foi feito nesta segunda
terça-feira, 24 de novembro de 2020
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
O deslizamento da encosta no Jardim Califórnia (Fotos: Henrique Pinheiro)
O deslizamento da encosta no Jardim Califórnia (Fotos: Henrique Pinheiro)

As fortes chuvas que caíram sobre Nova Friburgo entre os últimos dias 16 e 18 causaram e ainda vem causando uma série de transtornos a dezenas de famílias, sobretudo no bairro Jardim Califórnia, distrito de Conselheiro Paulino, o mais afetado. Devido a uma enorme encosta que deslizou, a Defesa Civil teve que interditar preventivamente 70 imóveis - onde residem aproximadamente 280 pessoas - nas ruas José Rodrigues Correia e Ercy Guimarães, localizadas logo abaixo da encosta que escorregou com o forte temporal do último dia 16.

Nesta segunda-feira, 23, A VOZ DA SERRA esteve no local para acompanhar a situação e ouvir a população afetada. Em ambas as ruas cujos imóveis foram interditados dezenas de moradores estavam reunidos à espera de uma solução da prefeitura que, para eles, até agora não veio. “Como eu vou sair da minha casa de repente e alugar outro imóvel? Estamos nos sentindo abandonados. Ligamos para a Secretaria de Assistência Social e falam uma coisa. Ligamos para a Defesa Civil e a informação já é outra”, se queixou a faccionista Daniele Pinheiro, que mora no bairro há 21 anos: “Estou desde a semana passada sem trabalhar, sem ganho nenhum. E ainda tenho que ficar na rua o dia inteiro esperando a prefeitura informar o que vai ser feito? Desocupar o imóvel é fácil, queremos ver na prática o que vai acontecer depois disso”, observa a moradora.

“Querem nos tirar de casa, mas não vamos sair enquanto não derem uma solução definitiva. Foi dito que teria que ser feita uma drenagem no morro. Então vamos aguardar esse serviço. Não tenho para onde ir. Todos os meus parentes moram nessa mesma rua. Nós vamos para onde?”, desabafou o vigia noturno Jorge Antônio Soares da Silva, que mora há nove anos na Rua Ercília Guimarães de Souza.

“A prefeitura vai pagar aluguel social? De quanto? Quando vai sair esse dinheiro? A Assistência Social veio aqui e distribuiu cestas básicas, mas não é isso que estamos precisando. A gente precisa de uma solução para essa barreira para que a gente possa voltar para as nossas casas. Não estamos tendo paz. Até porque, não podemos abandonar nossos imóveis. Nosso medo é que as casas sejam saqueadas durante a noite. Estamos vivendo em total insegurança”, disse a costureira Cláudia Figueira, moradora da rua há 40 anos.

Já no início da noite desta terça-feira, a Defesa Civil informou que uma equipe do Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ) realizou um novo mapeamento na localidade e decidiu pela desinterdição quase completa da Rua Ercy Guimarães e parte da Rua José Rodrigues Correa, o que possibilitou o retorno das famílias com casas na região. Cerca de 35 casas permanecem interditadas.

A previsão para as próximas duas semanas é de chuva moderada a forte e que os moradores de áreas de risco devem procurar um lugar seguro. A Defesa Civil pode ser acionada através do número 199. O número 40199 (por SMS), também é um canal de comunicação em que a população pode se manter atualizada recebendo mensagens de alerta sobre possíveis ocorrências. O telefone do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) é o (22) 99781-8124.

 

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TAGS: Clima