O Governo do Estado do Rio de Janeiro deu mais um passo importante para combater a violência contra a mulher: a criação do Observatório do Feminicídio. A ferramenta vai coletar, ordenar e analisar dados sobre feminicídios praticados ou tentados nos municípios fluminenses, bem como promover a integração entre os órgãos que denunciam, investigam e julgam os casos ou acolhem sobreviventes e familiares. O decreto para a criação do Observatório, que será coordenado pela Secretaria da Mulher, foi assinado na última quinta-feira, 13, durante cerimônia no Palácio Guanabara.
“O observatório será um instrumento de monitoramento e avaliação de dados. Ele terá uma capacidade viva e perene de atuar no dia a dia com as polícias, com a defensoria, Ministério Público e demais órgãos e dar uma efetividade a esse trabalho de defesa da vida das mulheres. Além disso, teremos a publicação anual de um relatório com as principais análises e indicadores para aprimoramento de políticas públicas que contribuam para o enfrentamento e a redução dos casos de feminicídio no estado do Rio. Essa iniciativa se soma a diversas ações já implementadas”, afirmou o governador Cláudio Castro.
Um Grupo de Trabalho será criado por meio do decreto para unir forças com outras secretarias e entidades. O objetivo é reverter o quadro da violência contra a mulher no estado do Rio. Coordenado e presidido pela Secretaria da Mulher em parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, o GT terá também a participação da Secretaria de Segurança Pública, do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP), da Secretaria estadual de Saúde e da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
“A partir desse trabalho em grupo, temos o objetivo de apresentar ao governador um plano de ação e meios para organização e funcionamento do Observatório do Feminicídio, definindo diagnóstico, metas, ações e instrumentos de execução e avaliação que embasam o mesmo”, destacou a secretária da Mulher, Heloisa Aguiar.
A violência contra a mulher em números
De acordo com o ISP, de janeiro a abril de 2024, foram registrados 38 feminicídios no estado, um aumento de 11,7% em relação ao mesmo período do ano passado. As tentativas de feminicídio aumentaram 44,8% no período (105 em 2023 contra 152 em 2024).
Proteção às servidoras
Para romper o ciclo de violências e proteger as mulheres, o Governo do Estado conta com uma rede preparada para atuar e oferecer acolhimento. Na última quarta-feira, 12, o governador Cláudio Castro sancionou a lei 10.416/24, que garante às servidoras públicas estaduais vítimas de violência doméstica e familiar, com medida protetiva, a transferência para outra unidade de serviço público.
Implantado há quase cinco anos, o programa Patrulha Maria da Penha - Guardiões da Vida já realizou 67.940 atendimentos a mulheres em situação de vulnerabilidade e 640 prisões, quase todas por descumprimento de medidas protetivas expedidas pela Justiça.
Outra iniciativa para o combate à violência contra a mulher, o Aplicativo Rede Mulher, criado pela Polícia Militar, possui botão de emergência que aciona diretamente a central 190, da PM, possibilita fazer um registro de ocorrência e pedido de medida protetiva online, além de listar centros especializados de atendimento em todo o estado, entre outras funcionalidades.
Com 60 polos em todo o estado, o Programa Empoderadas, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, já alcançou mais de dois milhões de mulheres em território fluminense, com acolhimento psicossocial e aulas sobre técnicas preventivas de defesa e proteção feminina.
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