Decreto antecipa para amanhã reabertura de hotéis e pontos turísticos

Retomada do setor estava inicialmente prevista para a próxima segunda-feira
quinta-feira, 16 de julho de 2020
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

Na noite da última terça-feira, 14, a Prefeitura de Nova Friburgo publicou o decreto 663, alterando o cronograma da retomada de alguns setores da economia local, entre eles o turismo. De acordo com o novo decreto, as atividades de visitação coletivas de cunho turístico e/ou cultural, incluindo todos os seus equipamentos e atrativos, como parques e similares, ônibus, vans, e veículos de transporte coletivo turístico, já poderão retornar a partir desta sexta-feira, 17, assim como as hospedagens em hotéis, pousadas, motéis, plataformas digitais ou aplicativos, que deverão obedecer a escala das bandeiras. A retomada ficará limitada aos períodos em que a métrica estiver fixada nas bandeiras amarela e verde.

Até o próximo domingo, 18, estará em vigor a bandeira amarela. Vale ressaltar que a definição da cor da bandeira, apesar de ser aferida sempre às sextas-feiras, entra em vigor somente na segunda-feira seguinte e passa a valer por seis dias. Na bandeira vermelha fica terminantemente vedado o funcionamento dos meios de hospedagem; na laranja, autorizado o funcionamento com 30% da capacidade; na amarela, 60% da capacidade e na verde, os meios de hospedagem poderão funcionar na sua plenitude de sua capacidade instalada.

O decreto 663  também autorizou a volta dos ambulantes, mas somente aqueles que estejam devidamente cadastrados, sempre que as bandeiras da flexibilização forem amarela ou verde. Os ambultantes também deverão evitar aglomerações e controlar eventuais filas seguindo os critérios de distanciamento de um metro e meio entre cada cliente e adotar medidas de barreira higiênica como lavagem das mãos e uso de álcool em gel 70° e usar meios de comunicação visual para educação sanitária. 

A repercussão nos setores

Rodrigo Melo, da Associação de Comércio e Indústria do distrito de São Pedro da Serra, vê com importância a reabertura dos meios de hospedagem e turismo. “Nesses novos tempos cada dia em que as condições nos permitirem exercer nossas atividades têm papel fundamental para amenizar o forte impacto social que sofremos por conta do longo isolamento imposto pela pandemia. Seguimos comprometidos com os protocolos sanitários, checagem da temperatura corporal no check-in e uso obrigatório de máscaras em locais públicos são itens inegociáveis. Todas as demais medidas recomendadas pelos órgãos competentes estão sendo tomadas pelos empreendedores locais. Entendemos que essa luta é de todos. Com muita responsabilidade vamos vencer mais esta etapa e seguir fazendo de nossa querida vila um refúgio seguro e encantador para moradores e turistas conscientes”, observou. 

Já Liana Bucsky, do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e similares de Nova Friburgo, afirma que o retorno do setor foi uma luta do Sindicato de Hotéis e do Convention Bureau, que estão alinhados com os empresários de vários setores. “A abertura dos hotéis foi tardia, mas ainda assim estamos contentes em poder abrir no meio deste mês de férias de julho, nossa alta temporada, tradicionalmente. O mercado não está aquecido, mas existe demanda. O carioca quer sair da ‘reclusão’ doméstica, precisa arejar… e nada melhor do que estar em contato com a natureza exuberante de Friburgo. Com os nossos dias azuis. A maioria dos hotéis vai abrir sim, ou dia 17 ou a partir de então”, garantiu ela.

Por meio de nota, a Associação de Moradores do distrito de Lumiar se posicionou contrária à reabertura do setor hoteleiro. Segundo a Ama Lumiar, não há garantias de fiscalização correta, o que poderá acarretar em um aumento do risco de contágio para a população. “Infelizmente a Prefeitura de Nova Friburgo não tem estrutura de fiscalização que faça frente às necessidades geradas pela pandemia. Em vista disso os cidadãos ficarão desprotegidos em função dos vetores de contaminação estranhos à localidade. Sem contar que os comércios que receberão essas pessoas deveriam possuir todo o treinamento preconizado pelos protocolos médicos pertinentes e adotar as medidas adequadas. Outro aspecto grave é o critério utilizado pela prefeitura que considera os leitos de UTI particulares no estabelecimento dos tipos de bandeiras. Para que isso seja possível, os leitos deveriam ser disponibilizados para toda a população para tratamento de Covid-19. A realização da flexibilização sem que sejam considerados critérios técnicos, pode causar uma retomada do nível de contaminação, o que prejudicaria e atrasaria ainda mais a retomada dos serviços locais”, informa o comunicado enviado à nossa redação.      A VOZ DA SERRA tentou contato com a Secretaria de Turismo, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta

Prejuízos ao turismo em Vargem Alta, berço da floricultura local 

Apesar da pandemia ter afetado muito o turismo, uma grande preocupação de quem trabalha no setor é com relação a infraestrutura de alguns locais, destinados a receber visitantes, como a localidade de Vargem Alta, no distrito de São Pedro da Serra, onde concentra-se o polo floricultor de Nova Friburgo. Júlio Cesar Matos – presidente de honra da Associação de Guias de Turismo do município (Asicgtur) – afirma que a estrada de acesso à localidade está muito perigosa e em péssimo estado de conservação. Ele, inclusive, tem recomendado às agências de turismo do Rio de Janeiro que não incluam a Fazenda das Flores no roteiro de visitação.

“A Fazenda das Flores é o que tem fomentado o turismo em Nova Friburgo e com a precariedade da estrada, estamos com medo que possa acontecer um acidente com algum desses ônibus de excursão e acabar denegrindo a imagem do local. Tivemos uma experiência ruim há 25 anos com o acidente de um ônibus que tombou ferindo 17 ocupantes. Diante desse medo estamos entrando em contato com as agências de viagens no Rio de Janeiro pedindo para que não venham”, reforçou. 

Ainda segundo Júlio César, na última terça-feira, 14, o secretário de Turismo de Friburgo, Ricardo Reis, e o secretário de Obras, Jeferson Aragão, estiveram na localidade rural para avaliar a situação da estrada. “Eles falaram que a via de terra batida carece de uma obra na qual é necessário uma licitação, algo demorado. Eles nos deram uma solução paliativa que é aterrar a estrada e colocar uma base de pedra. Tão logo essa estrada fique boa, poderemos receber os turistas. A procura por flores está muito grande”, disse.

 

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