As medidas restritivas tomadas pelas autoridades em Nova Friburgo diante da ameaça do coronavírus, como fechar escolas e cancelar eventos, fez a cidade vivenciar um dia com cara de domingo em plena segunda-feira. Colégios sem aulas, trânsito sem congestionamentos e restaurantes vazios mudaram o clima no município.
Pela manhã, a direção da concessionária Faol divulgou mudanças na operação dos ônibus. Diante de "projeções que demonstram redução de 40% no número de usuários do sistema", a empresa decidiu reduzir os horários de circulação. A Faol garante que não haverá superlotação das linhas, alegando que a redução média é de apenas 10%.
"Além das aulas terem sido suspensas, uma série de outros serviços públicos e privados foram reduzidos. Levou-se em conta também o fato de que as pessoas que compõe o maior grupo de risco, que são as com idade superior a 60 anos, receberam recomendação de permanecer em casa, só saindo para locais públicos em caso de extrema necessidade, o que vem sendo observado pela população", afirmou a empresa em nota.
A Faol aposta que, sem aulas, o trânsito na cidade melhore, o que permite que a velocidade média dos ônibus aumente, possibilitando mais viagens com uma quantidade menor de veículos em circulação.
Além da redução da frota, a empresa anunciou que os 16 ônibus com ar cujas janelas abrem passaram a operar com janelas abertas. Já os 50 ônibus com ar cujas janelas são fixas recebem higienização do sistema de climatização frequente e estão operando com sistema de exaustão e renovação de ar a 100% de sua capacidade e em temperatura ambiente. "Todos os ônibus estão sendo submetidos a processos intensificados de limpeza, com uso de produtos apropriados para esterilização de vírus e bactérias", diz a nota.
Usuários reagem
A empresa afirmou ainda que está acompanhando a operação "minuto a minuto para promover ajustes necessários em tempo real".
Usuários reagiram mal às medidas. “Achei desnecessário, pois com maior fluxo de ônibus eles não ficarão superlotados.”, disse o leitor Thiago Motta.
O mesmo pensa Nicole Sollberg: “Menos ônibus circulando, mais ônibus lotados. A irresponsabilidade em favor do capital a gente conhece bem, desde 2011.”
“Mais um descaso com a população friburguense! Já não temos transporte público adequado e os horários já são péssimos! Desnecessário!”, disse Juliana Alvarenga.
“Só tem um nome, irresponsabilidade. O poder concedente deveria tomar alguma posição, mas é outro que não liga para a população”, reclamou Anderson Frez.
“O ideal seria aumentar a frota justamente para evitar ônibus lotados. A redução só gera mais aglomeração”, sugeriu Mayara Simão.
“Enquanto algumas empresas buscam medidas de solidariedade, outras buscam medidas de economia, de ver apenas o próprio bolso! Teve empresa de TV liberando canais para os clientes; empresa de energia suspendo os cortes em virtude de inadimplemento, para contribuir com os cuidados e necessidades da população. Aí uma empresa de ônibus reduz a frota, para que os ônibus fiquem mais lotados e facilitem a aglomeração de pessoas, ótima atitude!”, ironizou Nathália Tardim.
“Foi medida de prevenção sem eficácia e possivelmente prejudicial. A maioria das pessoas continuam com as atividades laborais normalmente, utilizando os ônibus na mesma proporção! Diminuir o número de ônibus aumenta a aglomeração, e isso é o fato que propicia ainda mais a disseminação do vírus. A agenda de tráfego dos ônibus deveria ser alterada conforme o funcionamento dos estabelecimentos, se isso não sofreu grande alteração, o mesmo não deveria ter acontecido com tal empresa”, recomendou Carolina Class.
De acordo com o diretor da concessionária, Paulo Valente, a empresa está em contato com fornecedores de álcool em gel para disponibilizar nos ônibus urbanos. “A nossa ideia é dar um vidro do produto para cada motorista, assim como nos balcões de atendimento da Estação Livre. Enquanto estamos na tentativa da compra do álcool gel, estamos repondo o sabão líquidos nos banheiros e papel toalha”.
Outro pedido feito pelo diretor é que a população mais idosa permaneça em casa e só saia em caso de necessidade. “Fizemos uma pesquisa rápida e vimos que muitos idosos estão saindo de casa para passear, dar uma volta no Centro. Em época de Coronavírus o ideal é ficar em casa, para se proteger”, pediu Paulo.
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