O painel de monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde (SES) registrou nesta segunda-feira, 25, o primeiro caso de “monkey pox” (varíola dos macacos) na Região Serrana. O paciente, um dos 107 já infectados no estado, é morador de Teresópolis, município distante apenas 46km de Nova Friburgo em linha reta (ou 100km pela RJ-130).
Segundo o jornal local de Teresópolis, “O Diário”, a Secretaria de Saúde do município informa que o paciente segue estável, não tem mais febre e vem sendo acompanhado pela Vigilância Sanitária e por técnicos do laboratório da Uerj.
A VOZ DA SERRA entrou em contato com a prefeitura para saber como o município se prepara para um eventual surto. A Secretaria Municipal de Saúde informou que já criou um protocolo de cuidado e atendimento para casos que sejam classificados como suspeitos na cidade e busquem assistência na rede pública e privada.
“Cabe reforçar que neste momento não há casos suspeitos, tão pouco confirmados no município. A gestão também promoverá atividades de conscientização sobre a doença através das redes sociais”, diz nota.
Emergência de saúde global
Segundo a SES, são 92 casos na Região Metropolitana, incluindo 83 na capital; 12 na Região Metropolitana II, um na Região dos Lagos e um no Noroeste Fluminense, além do caso de Teresópolis.
No último sábado, 23, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos como emergência de saúde global. Mais de 16 mil casos da doença já foram relatados em 75 países, com cinco mortes, segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
No Brasil, o Ministério da Saúde já contabiliza mais de 600 casos da doença, o que coloca o país no ranking dos dez países com maior número de casos.
Apesar disso, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse na segunda-feira que o Brasil tem estrutura para lidar com a monkey pox. Durante a abertura de um workshop sobre vigilância em saúde promovido pelo ministério, Queiroga disse que o Brasil se preparou providenciando laboratórios para diagnóstico, identificação dos casos e isolamento dos pacientes.
Assim como a Covid-19, a varíola dos macacos é causada por um vírus e transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele.
Origem do nome
O vírus tem esse nome por ter sido descoberto pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em macacos de um laboratório mantidos para pesquisas. No Brasil o primeiro caso foi confirmado no Distrito Federal, no início de julho.
O contágio pode se dar por meio de abraço, beijo, relações sexuais ou secreções respiratórias. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo infectado.
Não há tratamento específico, mas, de forma geral, os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.
O paciente pode apresentar febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, gânglios inchados, calafrios, cansaço, além de manchas e pápulas (pequenas lesões sólidas que aparecem na pele) que evoluem para vesículas (bolhas contendo líquido no interior) até formar pústulas (bolinhas com pus) e crostas. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.
O uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a adoção dessas medidas, idênticas contra a Covid.
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