Em carta aos seus 1.600 associados, a a Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf) reafirma a necessidade de cumprirmos o lockdown de sete dias corretamente, a fim de contribuir para a diminuição da circulação de pessoas pela cidade e a consequente pressão no sistema de saúde.
A entidade lembra a constante tratativas com várias esferas do governo municipal com o intuito de propormos que as atividades de comércio, indústrias e serviços sejam mantidas e que todos possam trabalhar, mantendo seus empregos, mas que o agravamento da pandemia e o aumento no número de casos tornam o momento atual delicado e que, assim, não conseguiu fazer valer o pensamento de diminuir as restrições extremas como o fechamento das atividades econômicas da cidade.
"Temos consciência de que este é mais um sacrifício para a economia, mas que precisa ser adotado a fim de que não tenhamos de passar ainda mais tempo fechados. Essa, com certeza, não era a solução que gostaríamos e tentamos de todos as maneiras para que não ocorresse", diz a carta, assinada pelo presidente da entidade, Júlio César Celles Cordeiro.
Veja a íntegra:
"Nas últimas semanas, infelizmente, temos acompanhado o pior período da pandemia já registrado em todo o país. Apenas na última quarta-feira (24), Friburgo registrou 4 óbitos e 120 novos casos da doença. A ocupação de leitos de enfermaria e UTI voltados para o tratamento da COVID chegou a uma média de 80%.
A ACIANF, desde o início da pandemia, seja de forma isolada ou em conjunto com a FEC NF, foi protagonista nos diálogos pela permissão do funcionamento das atividades não essenciais na cidade, exercendo com legitimidade e muita dedicação a representação e o compromisso com 1.600 associados, é assim que temos escrito nossa história ao longo desses 103 anos.
Reforçamos, a todo momento, a necessidade de seguirmos com rigor todos os protocolos sanitários dentro dos estabelecimentos, mantendo o devido distanciamento e aumentando o controle de acesso aos espaços e fundamentalmente, não abrindo mão de princípios essenciais de preservação à vida, buscando sempre o equilíbrio entre o melhor e o possível.
NADA É COMPARÁVEL NA HISTÓRIA MUNDIAL: 125 milhões de infectados, 2.7 milhões de mortos, 192 países fazem parte dessa triste e dolorosa estatística. Os impactos provocados na economia das cidades no Brasil e no mundo onde o lockdown foi instituído é devastador e irrecuperável do ponto de vista da saúde financeira das empresas que sobreviveram a esse um ano de pesadelo, muitos negócios fecharam e muitos outros agonizam. Acompanhamos o cenário destruidor que essa peste tem provocado nas famílias, nos lares da população mundial.
Estamos em constante tratativas com várias esferas do governo municipal e inclusive com um representante integrando o Comitê de Emergência em Saúde (COE), com o intuito de propormos que as atividades de comércio, indústrias e serviços sejam mantidas, e que todos possam trabalhar, mantendo seus empregos e assim, garantindo o mínimo de segurança para suas família, evitando engrossar a fila do desemprego nacional, hoje em 13,5%. Porém, o agravamento da pandemia e o aumento no número de casos tornam o momento atual totalmente delicado e não conseguimos fazer valer nosso pensamento de diminuir as restrições extremas como o fechamento das atividades econômicas da cidade.
Temos sugeridas medidas não tão radicais que antecipassem o lockdown, tais como, diminuição da circulação das pessoas pelas ruas, o que aumentaria a taxa de isolamento e diminuiria sensivelmente o número de infectados; fechamento de espaços públicos; instituição do rodízio de CPF para acesso aos estabelecimentos, à semelhança do vizinho município de Teresópolis; diminuição do passe livre em ônibus; escalonamento de horários para entrada e saída de fábricas, comércio, serviço, bancos, estabelecimentos de ensino entre 6h às 22h de modo a não permitir aglomerações, principalmente no transporte coletivo onde acontece o maior volume de transmissão do vírus; ampliação do número de leitos nas enfermarias e UTI do Hospital Municipal Raul Sertã, além de contratação de leitos nos hospitais particulares da cidade para não permitir o colapso de internações no hospital público; barreiras sanitárias permanentes intermunicipal e internamente em bairros que apresentassem números preocupantes de infecções em seus moradores, atuando para o isolamento e monitoramento desses. Todas essas sugestões e outras vêm sendo propostas com o objetivo de conter o crescimento da doença e com isso evitaria o fechamento geral das atividades.
Manteremos constante diálogo com as autoridades públicas para que na medida do possível, possamos atenuar essas restrições e dar maiores possibilidades de sobrevivência às empresas friburguenses. Por esses motivos, e considerando o decreto 938 e 939, de 25 de março, da Prefeitura Municipal, que pede a suspensão de atividades não essenciais em Nova Friburgo, a ACIANF vem reafirmar a necessidade de cumprirmos o lockdown de 7 dias corretamente, para que possamos contribuir para a diminuição na circulação de pessoas pela cidade e a consequente pressão no sistema de saúde. Temos consciência de que este é mais um sacrifício para a economia, mas que precisa ser adotado a fim de que não tenhamos de passar ainda mais tempo fechados.
Essa, com certeza, não era a solução que gostaríamos e tentamos de todos as maneiras para que não ocorresse, nosso entendimento é que somente com a vacina teremos tempos melhores, nossa luta ainda é longa, portanto, se é hora de doar mais um pouco de nossas forças, ou o que nos restam delas, vamos lutar para evitar que na próxima semana essas medidas sejam renovadas, vamos fazer mais uma vez a nossa parte que agora é ficar em casa se protegendo, protegendo nossas famílias, parentes, amigos, colegas e semelhantes. O agravamento da pandemia com as novas variantes mais contagiosas do novo coronavírus está exigindo, mais do que nunca, a união e o esforço de todos para vencer o maior desafio desta geração, não queira ou não permita fazer parte dessa terrível estatística de Nova Friburgo que já atinge 11.613 casos e 334 mortes."
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