Quem sentiu frio nesta segunda-feira, 9, deve se preparar: a terça promete ser ainda mais gelada, com mínima de apenas 9 graus. Isto sem contar áreas mais altas e descampadas de Nova Friburgo, onde a sensação térmica deve intensificar a friagem, sobretudo nas horas sem sol.
Maio, o terceiro e mais frio mês do outono, já traz muitas características climatológicas do inverno, como, por exemplo, dias mais secos. Mas a amplitude térmica, que é a diferença entre mínimas e máximas, passa a ser a “vedete” desta época do ano. Em um mesmo dia, a temperatura pode variar até mais de dez graus. Nesta terça, por exemplo, deve fazer 20 graus durante o dia.
A partir de quarta, no entanto, as mínimas sobem gradualmente. Neste carnaval fora de época, em maio, o tempo deve ser de sol entre nuvens e com temperaturas amenas, variando entre 15 e 20 graus.
Só para lembrar, a chuvarada que começou na primavera de 2021 e atravessou quatro feriadões (Aparecida, Finados, Natal e Ano Novo), só deu uma trégua no carnaval, em fevereiro, quando não houve folia nas ruas de Nova Friburgo. Os feriadões de abril (Tiradentes e São Jorge) foram nublados.
La Niña continua
Segundo o Climatempo, o fenômeno La Niña, que havia perdido força em fevereiro e março, voltou a se intensificar em abril, com o deslocamento de águas mais frias das camadas mais profundas do Oceano Pacífico em direção à superfície. Esse novo resfriamento indicou aos meteorologistas que o fenômeno poderá persistir por mais alguns meses.
Em março, como mostrou A VOZ DA SERRA, um relatório do Instituto de Pesquisas Internacionais para o Clima e Sociedade (IRI), ligado à Universidade de Columbia, nos EUA, já previa a continuidade do La Niña nos meses seguintes.
Ainda há divergências quanto à duração desse prolongamento. Enquanto alguns modelos meteorológicos indicam que o fenômeno deve atuar até o fim do inverno, em setembro, outros cogitam a possibilidade de La Niña se estender até o início de 2023. De certeza até agora, só há a alta probabilidade de La Niña continuar neste inverno, oscilando de fraco a moderado.
Com La Niña ativo também no inverno, será a quarta estação a ser influenciada diretamente pelo fenômeno, que se estabeleceu na primavera de 2021, atravessou todo o verão e, agora, afeta o outono.
Fora do verão, um dos principais efeitos de La Niña é o frio precoce. Em fevereiro, o Climatempo já previa que maio seria um mês com bastante oscilação de temperaturas, variando de dias muito quentes para dias frios devido ao avanço de massas de ar de origem polar. O Climatempo previu, na época, a primeira onda de frio intenso para a partir da segunda quinzena de maio.
Verão chuvoso, outono já frio
La Niña influencia o clima no mundo todo. No Brasil, potencializa o excesso de chuvas nas regiões Norte e Nordeste e aumenta o risco de seca ou de chuvas irregulares na Região Sul. Como o Sudeste fica geograficamente no meio, no verão a região acaba sendo impactada pelos corredores de umidade que descem da Amazônia, o que explica o verão altamente chuvoso que tivemos.
Foi La Niña que ajudou a manter as chuvas volumosas no Sudeste em janeiro, com acumulados acima da média histórica. Também por causa do fenômeno, o verão não teve muitos dias quentes e ensolarados. Como mostrou A VOZ DA SERRA, o verão 2022 em Nova Friburgo durou exatamente 24 manhãs de céu azul. Em pleno fevereiro, a cidade teve dias com termômetros marcando apenas 12 graus, colheitas perdidas, piscinas e bares de clubes vazios e muitos produtos de verão encalhados no comércio.
O outono já chegou, em 20 de março, trazendo uma chuva torrencial no início da madrugada, alagando vários bairros friburguenses. Mas o que surpreendeu mesmo foi a queda brusca de temperatura.
Assim como abril, maio é um mês de transição, com grandes variações térmicas e, consequentemente, mudanças bruscas de temperatura. Por isso nesta época ficam mais recorrentes os nevoeiros, que costumam se dissipar nas primeiras horas da manhã. Os dias ficam bem mais frios, mas nem tão secos: ainda ocorrem chuvas, porém rápidas.
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