Nesta terça-feira, 21, tem início o 10º ano da campanha Setembro: Mês Mundial da Doença de Alzheimer, uma iniciativa global com o objetivo de aumentar a tão necessária conscientização e desafiar o estigma e a desinformação que ainda envolvem a demência. Nesta data, a Alzheimer Disease International (ADI) lançará seu Relatório Mundial de Alzheimer que, em 2021, se concentrará no aspecto do diagnóstico, levantando algumas questões importantes e desafiadoras para sistemas de saúde, governos, gestores e pesquisadores, com foco em testemunhos de pessoas que vivem com um diagnóstico sobre como o sistema pode e deve ser melhorado.
A campanha deste ano chama atenção para os sinais de alerta da demência, incentivando as pessoas a buscar informações, aconselhamento e apoio, bem como a entrar em contato com associações de Alzheimer ou demência em seu país. Em geral, a doença de Alzheimer afeta pessoas com mais de 65 anos, mas existem pacientes com início por volta dos 50 anos. As causas não são totalmente conhecidas e alguns estudos citam fatores importantes para o desenvolvimento da doença, como: pré-disposição genética, escolaridade, hipertensão, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral (AVC) prévio, colesterol aumentado e idade avançada.
O diagnóstico é clínico e feito através de entrevista (história de vida, clínica, familiar, idade, escolaridade), teste cognitivo (miniexame do estado mental, teste do relógio, teste de fluência verbal), e posteriormente por meio de exames laboratoriais (hemograma completo, hormônios tireoidianos, enzimas hepáticas) e de imagem (tomografia, ressonância magnética). Um paciente pode demorar anos para saber que é portador de Alzheimer, pois sintomas como perda de memória e raciocínio lento, podem ser interpretados pelos parentes como consequências do envelhecimento e não uma enfermidade.
No Brasil, cerca de 1,2 milhão pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas. Segundo estimativas da ADI, os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população. Esse cenário mostra que a doença caracteriza uma crise global de saúde que deve ser enfrentada.
O que é
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva e ainda sem cura que afeta, majoritariamente, pessoas acima de 65 anos de idade, impactando a memória, a linguagem e a percepção do mundo. Provoca alterações no comportamento, na personalidade e no humor do paciente. Os sintomas podem ser divididos em três “fases”.
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Leve: falhas de memória e esquecimentos constantes; dificuldades em realizar tarefas complexas (como cuidar das finanças);
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Moderada: o paciente já necessita de ajuda para realizar tarefas simples, como se vestir;
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Avançada: o paciente necessita de auxílio para realizar qualquer atividade, como comer, tomar banho e cuidar da higiene.
Sinais de alerta
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Problema de memória que chega a afetar as atividades e o trabalho;
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Dificuldade para realizar tarefas habituais;
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Dificuldade para comunicar-se;
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Desorientação no tempo e no espaço;
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Diminuição da capacidade de juízo e de crítica;
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Dificuldade de raciocínio;
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Colocar coisas no lugar errado, muito frequentemente;
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Alterações frequentes do humor e do comportamento;
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Mudanças na personalidade;
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Perda da iniciativa para fazer as coisas.
Apesar de ainda não haver cura para a doença, já existem opções de tratamento: medicamentos (disponíveis nas farmácias do SUS), reabilitação cognitiva, terapia ocupacional, controle de pressão alta, diabetes e colesterol, além de atividade física regular, podem ajudar a manter a qualidade de vida por mais tempo.
Prevenção
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Ter uma vida ativa e com objetivos;
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Praticar atividade física regular por pelo menos por 150 minutos por semana;
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Controlar os fatores de risco cardiovascular, como hipertensão e diabetes;
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Procurar estudar e adquirir conhecimento;
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Trabalhar sua capacidade de concentração;
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Dormir bem.
Para explicar como a doença afeta o cérebro, a Alzheimer’s Association Brasil disponibiliza em sua página a matéria explicativa “Dentro do cérebro: Uma viagem interativa”.
Alzheimer e Covid-19
O acompanhamento médico, com geriatras e neurologistas, principalmente durante a terceira idade, é necessário para observar o surgimento e evolução dos sintomas. No período de pandemia da Covid-19, muitos adiam a ida aos consultórios, o que pode atrasar a identificação do Alzheimer e gerar complicações. O cenário provoca outro alerta, pois, segundo uma pesquisa publicada na revista científica Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, pacientes com demência — especificamente com Alzheimer — apresentam risco três vezes maior de infecção pelo vírus da Covid-19. Nesses casos, o quadro clínico pode ser mais grave e as chances de óbito são de duas a três vezes maiores.
A informação correta é grande aliada para identificar e enfrentar a doença. No ar desde 2018, o Portal Fale Abertamente — faleabertamente.com.br — possui uma área exclusiva sobre a doença, com informações sobre tratamento, prevenção, sintomas e causas. Voltada não só para os diagnosticados, a página ainda traz conteúdos para pessoas que convivem com pacientes, a fim de proporcionar bem-estar até mesmo aos que são afetados indiretamente pela condição.
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