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Competir ou ajudar?

Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
Competição no casamento infelizmente ocorre com mais frequência do que seria bom acontecer. Também em outros tipos de relacionamento existe competição em vez de cooperação. E isso estressa, podendo levar, por exemplo, à síndrome de esgotamento ou burnout.
Em empresas, no comércio, nos serviços públicos e mesmo em organizações religiosas existe competição. A inveja pode motivar isso. O ciúme também. Um quer puxar o tapete do outro e isso pode, às vezes, ser feito de forma cruel porque a pessoa fica cega para a malignidade que a domina e a faz machucar os outros.
Em certos casos o esposo ou esposa, pode ter uma atitude competitiva no casamento por ter copiado o papel de competidor no modelo que via no relacionamento de seus pais. E pode se tratar de uma pessoa autoritária que costuma agir com espírito de competição talvez sem perceber. A pessoa pode ter habituado a agir assim, crê ser isso normal e que não precisa de ajuste.
Na mentalidade competidora o que está implícito é: “sou melhor que você”, “vou te derrubar”, “você que se vire”, “sou mais importante do que você”, “sou o mais preferido de todos”. Na mente competidora disfuncional existe a influência de espírito narcisista, egocêntrico, vaidoso, de vingança, de orgulho, de crueldade, de ambição desmedida. A pessoa está dominada por isso e pode se achar livre.
Creio que o modelo perfeito a ser copiado quanto à competição é Jesus Cristo. Analisando Seu comportamento ao viver aqui, não achamos nada de competição. Mesmo com os que agiam para com Ele de forma agressiva, Jesus não manifestava um espírito competidor, mas ajudador, perdoador, repreendedor, altruísta. É admirável!
No casamento, esposo e esposa, podem adotar um papel competitivo para com o cônjuge por vingança ou reação agressiva porque o companheiro ou companheira não preenche tudo o que se esperava dele, dela, quanto à carinho, atenção, valorização. É como se fosse uma punição impulsiva. A frustração no casamento pode levar homens e mulheres a terem atitude de competição gerando um clima de estresse, angústia e piora da frustração.
Quando você cultiva uma atitude mental de “como posso te ajudar?”, sem depender de como é tratado, isso desmonta a crueldade competitiva e pode ajudar para que a pessoa cruel se perceba e possa, então, escolher se tornar gentil ou continuar com competição talvez por orgulho, arrogância, falta de autocontrole emocional.
Sinais de comportamento competitivo no casamento incluem: 1- Se gabar de ser melhor que o cônjuge, depreciar as conquistas dele. 2 - Pequenas discussões que se transformam em lutas de poder. 3 - Exagerar em se achar certo em seu ponto de vista. 4 - Invejar o que o outro conseguiu.
Também a mentalidade de competição pode surgir no casamento por insegurança de um dos dois sobre seu valor como pessoa e suas habilidades. Se ambos são proativos e empreendedores no trabalho, isso pode invadir o relacionamento familiar e perturbar a harmonia no casal. Se ambos não falam claramente de suas necessidades e sentimentos, isso favorece o surgimento de competição. Alguns esposos ou esposas ao não se sentirem apreciados, podem reagir com atitudes competitivas na tentativa de conseguir reconhecimento.
Para melhorar o relacionamento evitando competição, pode ajudar: 1- Reconhecer que existe o espírito de competição e ver como isso está prejudicando o relacionamento. 2 - Falar com sinceridade, sem agressão verbal, sobre seus sentimentos de insegurança, se for o caso, e como o outro pode ajudar para valorizar a pessoa. 3 - Trabalhar em sua mente para trocar a mentalidade de competição para a de cooperação, considerando que ambos estão no mesmo time. 4 - Manifestar gratidão sempre que o outro ajudar em algo, mesmo simples, ou por ter demonstrado disposição de ajudar. Um bom casamento é construído num clima de ajuda mútua, parceria, trabalho em equipe, respeito, e não competição.
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Cesar Vasconcellos de Souza
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Cesar Vasconcellos de Souza
Saúde Mental e Você
O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.
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