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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

terça-feira, 20 de maio de 2025

         Foi muita surpresa receber um telefonema de Jane Ayrão na semana passada. Essa querida amiga ligou me convidando para a estreia da peça “Floradas na Serra”, no próximo dia 31 de maio, no Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura, às 19 horas. Ao mesmo tempo em que fiquei feliz com a ligação, lamentei não confirmar minha presença. Expliquei, justificando a minha ausência, pois, nesta data e horário, estarei envolvida com os Jogos Florais de Nova Friburgo – a tradicional festa da trova friburguense.

         No entanto, não me senti ausente por inteiro da peça, pois o Caderno Z trouxe um especial cheinho de informações sobre o espetáculo que será encenado pela Companhia de Arte Jane Ayrão. O enredo da peça foi inspirado no romance da escritora Dinah Silveira de Queiroz, lançado em 1939,  sobre a doença que, à época, ameaçava a segurança da sociedade brasileira, ou seja, a tuberculose. A autora do livro se aprofundou no assunto, já que suas bisavó e avó contraíram a doença que as levou do plano terreno. Na obra literária, Dinah se inteirou de muita informação, visitando sanatórios e consultórios médicos, adquirindo conhecimento de causa para escrever.

         A doença, que era contagiosa, exigiu que se criasse um local específico para o tratamento dos acometidos. A “Campos do Jordão Sanatorial”, no Estado de São Paulo, serviu de abrigo e tratamento para os pacientes. “O local não era apenas uma arquitetura europeia, mas, principalmente, mantinha os valores sociais e culturais da população dos Alpes”. No contexto, a obra de Dinah “nos envolve com a solidão vivenciada por seus “hóspedes”, a exclusão do convívio social por conta da doença e a perspectiva da morte”.

         Ana Borges entrevistou o ator Eduardo Ramos e, confirmando a tese da minha monografia na graduação de Comunicação Social, de que, quem lê entrevistas de conteúdo pode até se enriquecer de forma cultural e social. A entrevista é todo um deleite literário, artístico e instrutivo. O ator e diretor de cena realça a importância de estar novamente em cena: “Um romance! Sim, um romance em meio ao sofrimento. O amor como elemento de cura. O altruísmo e a compaixão como antíteses ao medo e à desesperança”. Sobre a relação de seu trabalho com a peça, Eduardo, em seu terceiro personagem, confessa:  “Aproveitar aquilo que o personagem desperta em mim faz com que suas emoções se tornem mais críveis e verdadeiras. No caso do Dr. Celso, como ele é repleto de conflitos e contradições, interpretá-lo é um prato cheio para qualquer ator...”.  

         Conhecendo a performance de Jane Ayrão, de suas mãos de fada, e do elenco da Companhia, formado por 16 atores e atrizes, temos certeza de mais um espetáculo de encantamento e magia. A equipe técnica é composta por Jane Ayrão (roteiro adaptado e direção geral); Eduardo Ramos Jr. (direção de cena); Tininha Nagato (assistente de produção); Ágni Souza (coordenação musical); Philip Gutwein (piano); e Virgílio Santos (figurino). A trilha sonora é de tirar o fôlego: De Edelweiss  a  Va Pensiero, de Giuseppe Verdi, o repertório há de envolver o público num verdadeiro passeio musical da era de ouro das composições, que não só marcaram épocas, mas que passaram a fazer parte da vida dos amantes da história musical de todos os tempos. A peça, inclusive, já está convidada para se apresentar na Academia Brasileira de Letras (ABL), em novembro.

         Em “Há 50 anos”, Nova Friburgo festejava 157 anos, “convivendo com mais um aniversário, mais uma data de real significado... Por isso mesmo, “A VOZ DA SERRA, a voz guardiã dos interesses do povo”, não poderia deixar passar a data, sem um registro especial, sem uma edição comemorativa...". Na mesma edição, o Cinema Eldorado exibia o filme “Enigma para Demônios”, o Eldorado dos anos dourados. Era assim, há 50 anos, com a nossa Voz que continua sendo a Voz de Nova Friburgo, agora para o mundo, pois chegamos a 2025. São 207 anos de uma cidade que se renova, sempre buscando desenvolvimento para estar no topo da lista dos melhores lugares para se viver. O que for bom para o povo há de ser muito melhor para os visitantes. Feliz cidade, parabéns!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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