Um evento astronômico imperdível deverá iluminar o céu no Brasil na madrugada desta sexta-feira, 14: um eclipse lunar total que contará com o fascinante efeito da “lua de sangue”. Esse fenômeno, que não exige equipamentos especiais para ser apreciado, promete encantar observadores casuais e entusiastas da astronomia com sua tonalidade avermelhada única. Marcado como o primeiro eclipse total da Lua desde 2022, ele será uma oportunidade rara de presenciar a natureza em ação, com horários bem definidos para cada etapa do espetáculo celeste.
A lua ficará completamente imersa na sombra mais escura da Terra, conhecida como umbra, durante a fase total do eclipse, que deve ocorrer entre 3h26 e 4h43. Antes disso, a partir das 0h57, já será possível notar os primeiros sinais do evento, com o eclipse parcial começando às 2h10. O fenômeno se estenderá até as 5h48, quando a Lua retorna à sua iluminação habitual. A visibilidade, no entanto, dependerá das condições climáticas locais, como a ausência de nuvens, o que torna essencial escolher um local adequado para a observação.
Diferentemente dos eclipses solares, que demandam proteção ocular, este evento pode ser visto a olho nu com total segurança. Astrônomos destacam que o tom vermelho surge porque a luz solar, ao passar pela atmosfera terrestre, filtra comprimentos de onda mais curtos, como os azuis, deixando os tons de vermelho e laranja dominarem a iluminação da Lua. Esse espetáculo natural, previsto pela Nasa, é uma chance de conectar ciência e beleza em um momento acessível a todos os brasileiros.
Melhores horários para ver o eclipse
0h57: Início da penumbra, quando a lua começa a entrar na sombra mais clara da Terra, ainda sem mudanças visíveis a olho nu.
2h10: Começo do eclipse parcial, com a sombra escura (umbra) começando a cobrir a lua.
3h26: Início da totalidade, momento em que a lua estará totalmente dentro da umbra, exibindo a “lua de sangue”.
4h43: Fim da totalidade, quando a lua começa a sair da sombra escura.
5h48: Encerramento do evento, com a lua retornando à sua iluminação normal
O que esperar do eclipse lunar total
O eclipse lunar total desta sexta-feira não é apenas um evento visual, mas também uma aula prática de astronomia. Durante a fase total, a lua assumirá uma coloração avermelhada devido à refração da luz solar pela atmosfera da Terra, um fenômeno que popularmente dá origem ao termo “lua de sangue”. Esse efeito ocorre porque a atmosfera terrestre dispersa as cores de ondas curtas, como azul e violeta, enquanto permite que os tons mais longos, como vermelho, cheguem à superfície lunar. O resultado é um disco lunar tingido de vermelho, visível de qualquer ponto do Brasil onde o céu esteja limpo.
Para quem estiver em regiões costeiras ou mais ao leste, como o Nordeste, a lua estará mais alta no céu no início do eclipse, facilitando a observação desde os primeiros instantes. Já no Centro-Oeste e no Sul, o evento também será plenamente visível, mas a altura da Lua pode variar ligeiramente dependendo da hora e do local.
Nenhum equipamento especial é necessário, mas binóculos ou um telescópio simples podem enriquecer a experiência, permitindo ver detalhes da superfície lunar durante o escurecimento. A recomendação é buscar um ponto de observação afastado de luzes urbanas intensas, como praças ou áreas rurais, para evitar a poluição luminosa. Além disso, as condições meteorológicas serão decisivas: um céu nublado pode ocultar parcialmente ou totalmente o fenômeno, então vale checar a previsão do tempo com antecedência.
Dicas de como observar o Eclipse
A simplicidade na observação é um dos grandes atrativos deste eclipse lunar total. Para garantir a melhor experiência, algumas medidas podem fazer a diferença. Primeiramente, escolha um local com pouca interferência de luz artificial, como parques, praias ou áreas afastadas de centros urbanos. Isso aumenta o contraste e permite apreciar melhor os tons avermelhados da lua. Levar uma cadeira ou um cobertor pode tornar a espera mais confortável, já que o evento se estende por várias horas durante a madrugada.
Outro ponto importante é verificar as condições climáticas. Um céu limpo é essencial, pois nuvens densas podem bloquear a visão. Aplicativos de previsão do tempo ou sites especializados podem ajudar a confirmar se o local escolhido terá boa visibilidade. Para os mais curiosos, usar binóculos ou um telescópio pequeno pode revelar crateras e detalhes da superfície lunar, mesmo durante a fase total. Apesar de não ser essencial, esse recurso adiciona uma camada extra de fascínio ao espetáculo.
Famílias, amigos ou até mesmo observadores solitários podem transformar o momento em algo especial. Registrar o evento com câmeras ou smartphones é possível, embora ajustes manuais, como longa exposição, sejam recomendados para capturar a tonalidade vermelha. O mais importante, porém, é estar presente e aproveitar a raridade de um fenômeno que une ciência e beleza em um único instante.
* Reportagem da estagiária Laís Lima sob supervisão de Henrique Amorim
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