Ao Braguinha, meu carinhoso abraço!

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

terça-feira, 04 de março de 2025

Hoje, o friburguense vai se divertir, cantar e dançar. É terça-feira gorda, o último dia para soltar o espírito carnavalesco em qualquer lugar, que seja em casa, nas ruas ou no meio da natureza verde das matas. Então vou deixar com vocês duas músicas, cujas letras foram compostas por Braguinha (1907-2006) que eternizam essa festa folclórica. Acima de tudo, suas letras são românticas e encantadoras poesias.

Tive a sorte e o privilégio de ter conhecido Carlos Alberto Ferreira Braga ou João de Barro ou Braguinha nos últimos anos da sua vida quando passei uma tarde em seu apartamento, em Copacabana, ao lado da sua esposa, dona Astrea, do genro dele, o Jadyr, e do meu pai, que era o médico da família. Braguinha era um gênio da música. Quase centenário, tinha todos os acordes na cabeça, tamborilava os dedos e cantava suas músicas, movimentando sua cabeça com cadência e sorrindo. 

Ele é considerado o compositor de carreira mais longa no Brasil, com mais de 400 músicas gravadas, inclusive as infantis, como “Chapeuzinho Vermelho” e “A História da Baratinha”. Entretanto grande parte das suas composições são conhecidas e cantadas no carnaval.

As Pastorinhas

Braguinha (letra) e Noel Rosa (música) - 1933

A estrela d’alva

No céu desponta

E a lua anda tonta

Com tamanho esplendor

E as pastorinhas

Pra consolo da lua

Vão cantando na rua

Lindos versos de amor

Linda pastora

Morena da cor de Madalena

Tu não tens pena

De mim que vivo tonto com teu olhar

Linda criança

Tu não me sais da lembrança

Meu coração não se cansa

De sempre, sempre te amar

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Carinhoso

Braguinha, 1937, (letra) e Pixinguinha (música, composta 20 anos antes)

 

Meu coração, não sei por quê

Bate feliz quando te vê

E os meus olhos ficam sorrindo

E pelas ruas vão te seguindo

Mas mesmo assim foges de mim

Ah, se tu soubesses

Como sou tão carinhoso

E o muito, muito que te quero

E como é sincero meu amor

Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem vem

Vem sentir o calor dos lábios meus

À procura dos teus

Vem matar esta paixão

Que me devora o coração

E só assim então serei feliz

Bem feliz

Aos leitores, meu carinhoso abraço!

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Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

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