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Ao Braguinha, meu carinhoso abraço!

Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Hoje, o friburguense vai se divertir, cantar e dançar. É terça-feira gorda, o último dia para soltar o espírito carnavalesco em qualquer lugar, que seja em casa, nas ruas ou no meio da natureza verde das matas. Então vou deixar com vocês duas músicas, cujas letras foram compostas por Braguinha (1907-2006) que eternizam essa festa folclórica. Acima de tudo, suas letras são românticas e encantadoras poesias.
Tive a sorte e o privilégio de ter conhecido Carlos Alberto Ferreira Braga ou João de Barro ou Braguinha nos últimos anos da sua vida quando passei uma tarde em seu apartamento, em Copacabana, ao lado da sua esposa, dona Astrea, do genro dele, o Jadyr, e do meu pai, que era o médico da família. Braguinha era um gênio da música. Quase centenário, tinha todos os acordes na cabeça, tamborilava os dedos e cantava suas músicas, movimentando sua cabeça com cadência e sorrindo.
Ele é considerado o compositor de carreira mais longa no Brasil, com mais de 400 músicas gravadas, inclusive as infantis, como “Chapeuzinho Vermelho” e “A História da Baratinha”. Entretanto grande parte das suas composições são conhecidas e cantadas no carnaval.
As Pastorinhas
Braguinha (letra) e Noel Rosa (música) - 1933
A estrela d’alva
No céu desponta
E a lua anda tonta
Com tamanho esplendor
E as pastorinhas
Pra consolo da lua
Vão cantando na rua
Lindos versos de amor
Linda pastora
Morena da cor de Madalena
Tu não tens pena
De mim que vivo tonto com teu olhar
Linda criança
Tu não me sais da lembrança
Meu coração não se cansa
De sempre, sempre te amar
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Carinhoso
Braguinha, 1937, (letra) e Pixinguinha (música, composta 20 anos antes)
Meu coração, não sei por quê
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim foges de mim
Ah, se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem vem
Vem sentir o calor dos lábios meus
À procura dos teus
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz
Aos leitores, meu carinhoso abraço!

Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
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