Rajadas de até 76km/h provocam danos em Friburgo e continuam nesta quinta

Defesa Civil registrou 16 ocorrências como quedas de árvores e destelhamentos, sobretudo em Olaria, Cônego e Cascatinha
quinta-feira, 11 de agosto de 2022
por Adriana Oliveira (aoliveira@avozdaserra.com.br)
A árvore caída na Rua Gustavo Lira (Fotos de leitores)
A árvore caída na Rua Gustavo Lira (Fotos de leitores)

Rajadas de até 76km/h causaram danos também em Nova Friburgo na madrugada desta quinta-feira, 9. A ventania provocada pela passagem de um ciclone extratropical associado a uma massa de ar polar provocou quedas de árvores e destelhamentos, sobretudo em Olaria, no Cônego e em Cascatinha. A Defesa Civil Municipal  atendeu 16 ocorrências pela manhã. Quatro equipes saíram às ruas para realizar vistorias.

Segundo a prefeitura, o panorama meteorológico para esta quinta, enviado às 7h pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ), prevê ventos de moderados a fortes, de até 76km/h, com rajadas muito fortes. Sendo assim, a Defesa Civil recomenda que as pessoas abriguem-se em locais cobertos e seguros (onde não haja risco de destelhamento), não pratiquem esportes ao ar livre, não fiquem paradas nem estacionadas embaixo de árvores, outdoors e fiação elétrica. 

Uma das árvores tombou de manhã cedo na Rua Gustavo Lira, em Olaria, interditando a via. Para a remoção da árvore e a recuperação da fiação de alta tensão  pela Energisa, a Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu) precisou bloquear também a Rua Manoel Lourenço Sobrinho, no trecho da feira. Houve destelhamentos em Olaria e quedas de árvore também no Cônego (fotos abaixo).

Conforme alertado por A VOZ DA SERRA, as chuvas na madrugada de quarta, interrompendo mais de uma mês de estiagem, foram breves e a quinta amanheceu com sol entre nuvens - previsão que deve se manter pelos próximos dias. Uma nova virada do tempo está prevista para o fim de semana 20 e 21 agosto. 

A mudança do clima foi provocada por um forte sistema de  baixa pressão criado por um ciclone extratropical no litoral do Sul que avançou nos últimos dias para o Sudeste, associado a uma intensa massa de ar polar que conseguiu finalmente furar o bloqueio atmosférico que mantinha as temperaturas altas e o ar seco em pleno inverno.

Esse fenômeno - uma espécie de frente fria continental - já seguiu para o alto-mar, arrastado por ventos terrais. O litoral do Rio, no entanto, continua com mar agitado e ondas altas. As rajadas continuam no decorrer desta quinta.

Nesta quinta, a última superlua do ano

Se o tempo ajudar, mais uma superlua - a terceira e última do ano - poderá ser observada no céu na noite desta quinta-feira.  Esta Lua Cheia de agosto é conhecida como “Superlua de esturjão” - nesta época  o peixe é encontrado em bastante quantidade nos Grandes Lagos da América do Norte, entre Canadá e EUA.

A primeira superlua de 2022 foi a de Morango, em junho, e a segunda, a dos Cervos, em julho.

Superlua significa que o satélite parecerá maior e mais brilhante do que o normal, já que estará próximo ao seu perigeu, o ponto mais próximo da Terra durante sua órbita.

Nesta mesma semana da Superlua de Esturjão, a chuva de meteoros Perseidas, que acontece todos os anos, alcançará seu pico nesta sexta e sábado, 12 e 13 de agosto. Mas o fenômeno é mais visível no Hemisfério Norte; no Brasil, apenas no  Norte e no Nordeste.

Um dos 3 julhos mais quentes do mundo

Um verão de calor extremo no Hemisfério Norte, com temperaturas de 40 graus em lugares frios da Europa, incêndios florestais devastadores, inverno quente no Brasil: este foi o resumo global de julho, segundo o Climatempo. Foi  um dos três julhos mais quentes já registrados no mundo. 

A conclusão foi baseada nos cálculos do Copernicus Climate Change Service, do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), e divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta terça-feira, 9. O Copernicus publica boletins climáticos mensais informando sobre as mudanças observadas na temperatura global do ar à superfície, cobertura de gelo marinho e variáveis ​​hidrológicas. A OMM usa dados do ECMWF e outros conjuntos de dados reconhecidos internacionalmente para seus relatórios sobre o estado do clima global.

A temperatura média global ficou cerca de 0,4 graus acima da referência para julho, considerando o período de 1991 a 2020. Julho de 2022 foi ligeiramente mais frio que julho de 2019 e ligeiramente mais quente que julho de 2016. 

Em uma coletiva de imprensa em 18 de julho, o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que as ondas de calor na Europa se tornarão mais frequentes, mais intensas e durarão mais.

Novas ondas de calor e estiagem  ainda estão sendo esperados até o fim de agosto e começo de setembro em partes da Europa.

A extensão do gelo marinho da Antártida atingiu seu valor mais baixo para julho em 44 anos de registros de dados de satélite, 7% abaixo da média de 1991-2020 para julho e bem abaixo do extensão mínima de gelo de julho de 2021. Já a  extensão do gelo marinho do Ártico ficou 4% abaixo da média, ocupando o 12º lugar mais baixo para julho no registro do satélite, mas bem acima dos baixos valores de julho observados em 2019-2021.

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TAGS: Clima