Fim do uso obrigatório de máscaras ao ar livre divide os friburguenses

No primeiro dia útil após decreto, muitas pessoas continuaram com proteção facial nas ruas
segunda-feira, 14 de março de 2022
por Adriana Oliveira (aoliveira@avozdaserra.com.br)
Um homem sem e o outro com máscara conversam (Fotos: Henrique Pinheiro)
Um homem sem e o outro com máscara conversam (Fotos: Henrique Pinheiro)

Uns sim; uns não; outros nem tanto. Pelo que se viu nas ruas de Nova Friburgo nesta segunda-feira, 14, primeiro dia útil seguinte ao decreto que desobrigou o uso de máscaras faciais contra a Covid-19 em espaços abertos da cidade, a medida de flexibilização deixou a população dividida.

Durante uma caminhada pela Avenida Alberto Braune e pela Praça Getúlio Vargas, o repórter fotográfico Henrique Pinheiro flagrou pessoas com e sem máscaras, conversando e até de mãos dadas umas com as outras. Pelo sim, pelo não, algumas preferiram deixar o acessório justamente onde ele não tem efeito nenhum: no queixo. “Simplesmente não dá para dizer se tem mais gente com ou sem máscara na rua. Muitas se mostravam cautelosas”, constatou Pinheiro.

Especialista achou precipitado

Um dos maiores especialistas da cidade no assunto, fora as autoridades de saúde, o engenheiro e consultor Rafael Parilla Spinelli, que vem acompanhando e se debruçando sobre os números da pandemia em Nova Friburgo desde o início, considerou precipitada a liberação do uso de máscaras antes da avaliação do efeito do carnaval sobre os dados de novos casos e óbitos.

“Somente durante esta semana teremos um panorama mais completo sobre o efeito do carnaval. Mas, conforme podemos ver no painel Covid do município, já é possível notar um aumento no número de casos no fim de semana passado, com uma variação na média móvel de 14 dias de +39,9%”, avaliou ele, a pedido de A VOZ DA SERRA.

O decreto 1.362, que liberou o uso de máscaras em espaços abertos a partir da tarde da última sexta-feira, 11, foi baseado, segundo a prefeitura, na avaliação do cenário epidemiológico feita pela Subsecretaria Municipal de Vigilância em Saúde. Nos "considerandos" que justifica o decreto, o município apresenta “cenário epidemiológico estável” e diz que já superou o estado de calamidade pública produzido pela pandemia de Covid-19.

Multa ainda valendo

Segundo a prefeitura, o decreto revoga todas as medidas anteriores, mas não a multa contra o não uso da proteção facial em locais fechados, determinada por lei municipal de autoria do vereador Cascão do Povo. Também fica mantida a obrigatoriedade da proteção facial em locais de assistência à saúde, sejam abertos ou fechados. O decreto também recomenda o uso, mesmo em ambientes abertos, por pessoas imunodeprimidas, com comorbidades de alto risco, não vacinadas e com sintomas de síndrome gripal, além de bebês até 2 anos. É recomendada ainda a manutenção de distanciamento físico, a minimização de aglomerações e a continuação de práticas preventivas como lavagem das mãos, etiqueta respiratória e uso de álcool em gel.

Nova Friburgo foi a primeira cidade da região a flexibilizar o uso de máscaras, pouco mais de uma semana após o feriadão de carnaval, quando desfiles foram proibidos, mas bares ficaram cheios. A liberação em locais abertos em Friburgo ocorreu três dias após a mesma medida ser adotada para locais fechados na capital, onde a proteção facial em ambientes abertos já era facultativa desde outubro, e já está sendo seguida por outros municípios. Teresópolis, por exemplo, aboliu o uso no dia seguinte, sábado, 12, tanto em locais abertos quanto fechados. O mesmo fez Búzios, pioneiro na Região dos Lagos a suspender medidas restritivas contra a Covid-19.

Enquete gerou 740 comentários

Uma enquete realizada por A VOZ DA SERRA em suas redes sociais, uma semana antes do decreto, mostrou que o assunto é controverso. A postagem “O que você acha de abolir a obrigatoriedade” gerou 740 comentários, com as mais diversas opiniões possíveis. O uso de máscaras de proteção facial já estava liberado pelo Governo do Estado do Rio, em ambientes abertos, desde o fim do ano passado. 

 

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