A primeira polêmica envolvendo o retorno do Campeonato Carioca em tempos de pandemia parece superada. As instâncias esportivas concordaram com a retomada da competição, a partir das liberações do Estado e do município do Rio de Janeiro, e a bola já rola pelos gramados fluminenses. No entanto, um novo assunto que gera divergências, domina os noticiários esportivos: a possível volta do público aos estádios no próximo dia 10.
O documento chamado "Medidas para o retorno das atividades esportivas - Futebol", da Vigilância Sanitária da Prefeitura do Rio de Janeiro, dá as diretrizes, em suas 24 páginas, para o retorno do público. Provavelmente ao Maracanã, palco das finais do Carioca, uma vez que a data de liberação coincide com o da decisão. O texto prevê escalonamento de horários para chegada ao estádio no ingresso vendido (proibindo o acesso caso o torcedor não cumpra o determinado), orientação para ocupar os assentos sinalizados e máscaras obrigatórias.
Contudo, há um detalhe interessante: se o Flamengo, campeão do primeiro turno e líder no geral, vencer a Taça Rio no dia 8, o campeonato acabará antes da liberação de público nos estádios. O Rio de Janeiro é o único local do país com previsão de permissão de público - no caso, 1/3 da capacidade do estádio a partir de 10 de julho. No Maracanã, algo em torno de 22 mil pessoas.
Dentre os pontos destacados, o texto do decreto da prefeitura permite competições esportivas com capacidade simultânea máxima de 1/3, sem ultrapassar a regra de quatro metros quadrados por pessoa e a venda de ingressos somente on-line ou caixas de auto atendimento. Há orientações também para o uso de sanitários, comercialização e consumo de bebidas e alimentos nas dependências do estádio, dentre outros.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Defensoria Pública pediram explicações à prefeitura carioca sobre o plano de retomada de diversas atividades na cidade. Na última sexta-feira, 26 de junho, foi enviado ofício para a Secretaria Municipal de Saúde e para a Prefeitura do Rio com pedidos de atas de reuniões tanto do comitê científico montado quanto da secretaria da pasta. Os defensores querem compreender os critérios adotados no Rio para esta flexibilização.
Em nota, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) explicou que a medida deverá ser adotada apenas no Campeonato Brasileiro, já que o estadual está perto do fim. A CBF ainda não tratou do tema internamente e nem discutiu com os clubes a possibilidade de jogos com portões abertos. Para o Friburguense, a situação terá efeitos caso as competições de base sejam retomadas, uma vez que não há mais compromissos profissionais para o clube em 2020.
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