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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

São três dias de folia que se multiplicam nas emoções no decorrer do ano, porque o Carnaval demanda organização e preparativos. Mamãe dizia – o melhor da festa é esperar por ela. E eu acrescento: o melhor é trabalhar para que a festa aconteça plena de êxito. Para aqueles irreverentes, que se entregam aos devaneios momescos, é pura diversão. Entretanto, para aqueles que possuem a missão de conduzir o estandarte de uma agremiação e transformar a festa em espetáculo, o carnaval é um evento sério e de responsabilidades. É uma jornada integral: pensar o enredo, o samba, as fantasias, alegorias e adereços, os ensaios, a harmonia, os detalhes, em especial, aqueles que podem ser alvo do olhar crítico da comissão julgadora. Seja do grupo que for, quando uma escola entra na passarela, a trilogia está completa – cultura, arte e encantamento.   

Verdadeiras aulas de história geral ou de conhecimentos locais, os enredos se comprometem a traduzir legados e o samba-enredo se responsabiliza pela comunicação dos enunciados. São eles que agitam e animam as massas, eternizando seus versos e refrões. O Caderno Z se vestiu de samba!

A Imperatriz de Olaria encanta, “num grito de liberdade”, e canta - "Um sorriso negro feliz, / um abraço negro de amor... / Eu sou da negritude, respeite a minha cor.../ No samba fiz raiz e a voz do peito diz...  Eu sou Imperatriz...". 

A Unidos da Saudade é toda florescer - “Cada um de nós carrega no sangue /uma gota de ancestralidade / que mora no fundo de cada coração / e leva de geração em geração / herança de Axé, emoção, amor e saudade... É semear por aí...”.

Os “Alunos do Samba”, professores em carnavais, seguem “a luta por libertação... e, “em cada viela, Zumbi é inspiração /para refundar, de sol a sol, essa Nação...”, pois, “na arte, Ciência e Cultura, /vitórias de tanta bravura /conquista que é sua e minha: Na Alunos, Preto é Rei! Preta é Rainha...”.

Dos “Tambores da África”, a Vilage, “na força dessa africanidade renasce a identidade nos quilombos, nas ladeiras... Vem dançar o caxambu, maculelê, lundu e capoeira ... e hoje vamos festejar, tem samba no terreiro de Ciata...”.

Com a Unidos do Imperador, “renasce o tempo de prazer e liberdade, enfim, o amuleto  que traduz fertilidade...”. No enredo, conhecemos as ”Ykamiabas, “herdeiras da Lua guerreiras da Terra .... Mulheres guerreiras... / nas margens do Rio Xingu... / Força e poder pra lutar por ideais, / mostrando ao mundo do que ela é capaz - do léu ao lar... /  Fadadas a mostrar o seu valor... / A nossa homenagem a você mulher: - O seu lugar onde quiser....”.   Que banho delicioso de conhecimentos!

Na crítica social, a mensagem otimista da agremiação do Catarcione: "A luta por um prato de feijão com arroz... / O sol vai voltar a brilhar / basta o mundo acreditar... / Homem com homem, mulher com mulher /não importa quem fica ao seu lado /o importante é amar e ser amado.... Samba não tem preconceito / E o Bola Branca chegou lutando pelos direitos /Brancos, negros / Acima de tudo, respeito!"....

Surgiu dos céus de Duas Pedras, um “Raio de Luar” iluminando a passarela para alertar que “é mais um 2 de novembro... / Não há por que se assustar... / Sei que sou indesejada, mas hoje me lembro que vim te buscar... / pra viajar.... / numa aventura em pleno carnaval, / em que o poeta se fez imortal, / pois viver é uma festa / de cores, de flores... / aproveitando o tempo que nos resta... / Dê um beijo, um abraço, um aperto de mão  / que o ciclo da vida te traz o perdão... ”. Parabéns a todas as agremiações!

Com tanto encantamento, quem ganha mesmo o Carnaval é Nova Friburgo, que além de oferecer uma folia linda e segura, também possui belezas naturais, conforme destacou Christiane Coelho, em Especial para A VOZ DA SERRA. Silvério bordou a fantasia “Utopia do Silêncio”, destaque no “Bloco do nós sozinhos”.

E a Quaresma chega para ser “uma descida dento de nós e rumo aos outros. É compreender que a salvação não é uma escalada para a glória, mas um abaixamento por amor. É fazer-nos humildes”, como lembrou o Papa Francisco. Feliz retorno ao mundo real!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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