O Caderno Z tem sido o aliado das boas pautas. Em cada edição aprende-se muito com a sua desenvoltura temática. Os temas não se esgotam, principalmente, porque, de tempos em tempos, eles se atualizam de forma que possam se adequar às demandas de cada novo tempo. As vacinas, a exemplo, jamais saem de pauta. Há sempre uma novidade ou mesmo um chamado para a sua importância. A história de sua criação vem de outras eras.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana

Elizabeth Souza Cruz
Surpresas de Viagem
A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.
O inverno chegou! Eu tento ser tolerante. Procuro me contentar com as coisas boas: dias ensolarados, cerejeiras floridas, pocãs docinhas, sopas, caldos e o irresistível chocolate quente. Fora isso, o banho é um ato de heroísmo, a cama fica gelada; quando ela esquenta, está na hora de se levantar. Mas tudo passa e o inverno também.
Os livros nunca foram uma novidade em minha infância: fosse Natal, Páscoa, aniversário ou datas festivas era sempre um presente admirável. Para o Dia das Mães, mamãe dizia: “não me tragam panelas, quero livros!” Fernanda, minha filha, em seus seis anos de idade, quando saímos da casa de uma família amiga, comentou: “Achei aquela casa muito esquisita, pois não vi um livro lá!”.
É bom olhar para o futuro, lançando a vista para as novas conquistas. Bom também é olhar para o passado e perceber o quanto a nossa cidade foi servida de obras arquitetônicas significativas. Cada uma com sua história e razão de ser.
Com esse tema, o Caderno Z aguçou muitas lembranças de minha infância, quando íamos passear no Parque São Clemente. Mamãe preparava a cesta de guloseimas, a toalha quadriculada, os guardanapos e os copos de papelão. Papai se encarregava das garrafinhas de Grapette, do binóculo e da máquina fotográfica.
Fechando o quinto mês de ano, o Caderno Z nos trouxe a informação de que 31 de maio é o Dia Mundial Sem Tabaco, numa campanha abrangente para a conscientização sobre os perigos da prática do tabagismo. Antigamente, as companhias de cigarros eram responsáveis pelas mais belas campanhas publicitárias. Temos uma edição do almanaque Correio da Manhã, de 1943, com um anúncio de página inteira, sobre determinada marca, onde o enunciado induzia o leitor a entender que o fumo dava status social: elegante casal descendo a escadaria de um teatro, o motorista do táxi, impecável, trajando terno.
O Caderno Z não deixou sem realce o Dia Internacional da Biodiversidade – 22 de maio. A data nos remete ao pensamento reflexivo sobre a nossa contribuição para a preservação da natureza. É certo que se nos olharmos isoladamente, nos acharemos pequenos para tamanha empreitada. Contudo, nossa força se agiganta quando nos somamos com a vizinhança, as cidades, o país, aí sim, seremos bilhões de forças em prol das riquezas naturais. A exemplo, “a biodiversidade brasileira é uma das mais ricas do planeta e os números de nossa fauna e flora impressionam...”.
Foi muita surpresa receber um telefonema de Jane Ayrão na semana passada. Essa querida amiga ligou me convidando para a estreia da peça “Floradas na Serra”, no próximo dia 31 de maio, no Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura, às 19 horas. Ao mesmo tempo em que fiquei feliz com a ligação, lamentei não confirmar minha presença. Expliquei, justificando a minha ausência, pois, nesta data e horário, estarei envolvida com os Jogos Florais de Nova Friburgo – a tradicional festa da trova friburguense.
O Caderno Z é sempre o arauto das grandes datas e o Dia das Mães jamais passaria em brancas páginas. É gostoso abrir o caderno e sentir o amor exalando os melhores sentimentos que enaltecem aquela que se multiplica em vários seres para ser a essencial na vida dos próprios seres. Confesso que eu não tinha a menor aptidão para assumir a maternidade; era muito em mim, tudo meu em primeiro lugar. Entretanto, bastou um exame de laboratório acusar – “positivo” e minha cabeça mudou. Eu comecei a me descobrir capaz de exercer a minha multiplicidade.
Quando se fala em Marechal Rondon, muitas vezes, nem levamos em conta o ano em que ele nasceu – 1865. Parece-nos alguém dos tempos atuais, tamanho o seu envolvimento em causas sociais e inovadoras para a sua época.
Eu sou do tempo do “garrafeiro”, que passava no bairro da Filó e ia, de casa em casa, recolhendo as garrafas que estivessem aguardando a sua vinda. Não havia muito que descartar. Das latas de produtos em conserva, vovó Mariana fazia vasinhos de plantas. Os livros passavam de irmão para irmão, primos ou vizinhos. Os resíduos de cozinha como as cascas de frutas e verduras, vovó, naturalmente, cuidava para adubar os canteiros. Os eletrodomésticos eram poucos e duráveis.