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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

terça-feira, 02 de agosto de 2022

Começamos a viagem literária pelas páginas da edição do último fim de semana na zona rural de Bom Jardim, onde trabalhava Braz José Pinto, lavrador que, depois de mudar-se para Olaria, passou temporada em Duas Barras e retornou para Nova Friburgo, então, com cinco filhos pequenos. Daí em diante, foram 40 anos de serviços prestados ao Colégio Nossa Senhora das Graças, onde, por graça e obra de Padre Mielli, suas cinco crianças estudaram. A história de Braz já estaria perfeita para o nosso deslumbre. Contudo, um de seus filhos, vivenciando o ambiente religioso da igreja do colégio, cedo descobriu a vocação para o sacerdócio. Resumindo, o menino Roberto José Pinto tornou-se padre e hoje é o administrador da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Riograndina.

Acredito que os leitores de A VOZ DA SERRA, assim como eu,  apreciaram a trajetória de Braz que, se estivesse no plano terreno, se orgulharia do maravilhoso texto que Padre Roberto escreveu para homenagear os 100 anos de nascimento de Monsenhor Mielli. Comovente, verdadeiro e poético, o texto “Profeta, pastor e sacerdote” é uma emoção abrangente de onde tenho até dificuldade para escolher um trecho para a coluna. Mesmo assim, me atrevo a destacar o sentimento de Padre Roberto: Ah, se Monsenhor Mielli estivesse vivo... Mas precisa ele estar vivo para que nos sintamos comprometidos com as mesmas causas? A tarefa de construir um mundo mais justo, fraterno e solidário, respeitoso da dignidade de cada pessoa humana, continua...”.

E a tarefa continua, sim. Que nós a tenhamos como ponto de partida dos nossos procedimentos, pois lembrou Padre Roberto: podemos repetir com Santo Inácio de Loyola: “O amor consiste mais em atitudes e atos do que em palavras”. Coisa alguma nos tire dos caminhos abertos por Monsenhor Mielli. Que o seu centenário seja festejado em nosso dia a dia, porque  “...diante das atuais circunstâncias, somos nós os protagonistas da construção de um mundo novo”. Boas ações para todos nós!

Ao mesmo tempo em que temos o dever de protagonizar “a construção de um mundo melhor”, somos confrontados pelos desafios da desigualdade social que, consequentemente, leva crianças ao cenário da desnutrição no Brasil, um país que é tão forte em riquezas e produção agrícola. Pesquisas mostram que “falta feijão no prato” de famílias carentes, justamente, esse grão milagroso, fonte de várias vitaminas.

Somos nós os responsáveis pela preservação de toda a gama de patrimônios, sejam eles bens físicos, imateriais e humanos. A charge de Silvério abre os olhos e a boca pedindo “socorro” em nome do Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura. Houve uma licitação para a reforma do prédio, em 2021 que, ante os estragos, perdeu sua validade. O secretário municipal de Cultura, Daniel Figueira, explicou: “Será necessária a elaboração de novo projeto que englobe todas as atuais demandas de reforma. Deste novo projeto será gerado outro para nova licitação”. Nosso teatro ganhou mais importância ainda, quando recebeu o nome do inesquecível Laercio, que deu apoio e dimensão a todos os segmentos da cultura, das artes e a tudo o que engrandecia a cidade. O lamento de Adriana Ventura, filha do saudoso Laercio, é o de todos nós que amamos o equipamento, da pedra fundamental à essência do seu honroso nome. Viva Laercio!

O terreno da Praça do Suspiro está deixando muita gente com suspiros ofegantes diante da consulta popular relâmpago, aberta pela prefeitura, para que a população possa opinar sobre o melhor uso para o terreno em questão. O resultado da consulta poderá colocar em  risco a edificação da Biblioteca Internacional Machado de Assis?

 As opções concorrentes na consulta são atraentes e merecem a nossa consideração. Contudo, a Bima engloba um universo de incontáveis possibilidades. O projeto é grandioso, é futurista, é uma esperança de novas gerações ainda mais capazes na utilização da modernidade das tecnologias a favor do desenvolvimento humano. Minha mãe dizia: "O futuro guarda uma esperança". Que venha pleno de luz!

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A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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