Visita ao Acre e a Brasília

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 09 de outubro de 2024

Nesses dias em que minha coluna não saiu, foi porque estive fora visitando filhos, um que mora em Rio Branco, no Acre, e outro em Brasília. Como não existem voos diretos para a capital acreana e todos param em Brasília, fiz Rio-Brasília-Rio Branco na ida e Rio Branco, com uma parada de três dias na capital federal e, finalmente, Brasília-Rio.

A história do Acre é marcada por diversos acontecimentos, como a ocupação por imigrantes, conflitos com países vizinhos, e a anexação ao Brasil; os primeiros habitantes do Acre foram os índios Apurinãs, que davam ao território o nome de "Aquiri", que significa "rio dos jacarés". No século XIX, o Acre ganhou destaque com a chegada de imigrantes nordestinos para trabalhar na extração de látex, quando se tornou um grande produtor de borracha. Entre 1899 e 1909, houve disputas entre brasileiros, bolivianos e peruanos pelo domínio da região. 

O Tratado de Petrópolis, em 1903, resultou na anexação do Acre ao Brasil, após a Revolução Acreana. Em 1912, ele foi declarado território federal, com um governador nomeado pelo presidente e em 1962, se tornou um estado da federação, após decreto do presidente João Goulart. Nas últimas décadas, o estado tem se destacado pela preservação ambiental e pelo reconhecimento dos direitos das comunidades indígenas. 

É também um estado que deu ao Brasil pessoas ilustres como o cirurgião cardíaco Adib Jatene, o jornalista, radialista e grande botafoguense Armando Nogueira, o seringueiro e grande defensor do meio ambiente Chico Mendes, o médico e político Enéas Carneiro, a novelista Glória Perez, a atual ministra do meio ambiente Marina Silva, entre os que me lembro.

Mas, o Rio Branco é igual a calor e fumaça. Para se ter uma ideia, às dez e meia da noite a temperatura pode estar em trinta e três graus celsius; a fumaça fica por conta das queimadas provocadas pelas mãos do homem, pois o estado é um grande criador de gado e quando o pasto fica velho, põe-se fogo para revitalizá-lo. Por dois dias tentei sair para caminhar e não consegui por causa da fumaça, aliás, tem-se de começar a caminhar cedo, por causa do calor. Cheguei à conclusão de que os melhores lugares para se ficar, em Rio Branco, são num ambiente com ar condicionado ou dentro de uma piscina. Frente ao Acre, Cachoeiras de Macacu é um paraíso.

Não é uma cidade turística, ficando restrita a visitas aos parques, entre eles o parque Chico Mendes, ao bairro da Gameleira, ideal para um passeio ou um bom papo entre amigos. O Calçadão da Gameleira, com seus quiosques e barzinhos, às margens do rio Acre, representa o início da história de Rio Branco, com suas casas coloridas, construídas no período áureo da borracha e da castanha, como o Cine Teatro Recreio, primeiro palco para apresentações culturais de Rio Branco. Vemos, ainda, um enorme mastro com a bandeira do estado, tendo, também, a vista do rio, hoje com uma vazão muito baixa em função da seca. Podemos visitar também o Museu do Povo Acreano, a Catedral, a Praça da Revolução e o Palácio do Governo.

        Em compensação, temos uma ótima gastronomia em que se sobressaem a carne de sol, os peixes de água doce, o tacacá e os sorvetes com frutas da Amazônia e do Nordeste. Os restaurantes não são caros e a comida é muito saborosa. Meu filho, com pouco menos de um ano de cidade conhece vários deles.

        O Carne de Sol do Ceará, simples, mas com uma fartura de carne, manteiga de garrafa, mandioca, que lá se chama macaxeira, farofa amarela de Cruzeiro do Sul (cidade próxima) e feijão de corda, é uma delícia. Temos ainda a rabada no tucupi, o quibe de arroz, o tucunaré recheado, a moqueca de tucunaré com camarão, o pirarucu à milanesa e muitas outros.

Foram quatorze dias de muito calor, mas agradáveis, em companhia de nossos filhos e netos. Do Acre rumamos para Brasília onde ficamos três dias com direito a uma ida ao estádio Mané Garrincha, para assistir ao jogo Botafogo e Grêmio. Em Brasília muito calor, também, mas com uma queda de temperatura à noite, o que dispensa o ar-condicionado.

O único senão foi que perdi o voo de Rio Branco para Brasília e tive de comprar outras duas passagens. É que esse horário de meia noite e meia é complicado, pois na realidade teria de chegar no aeroporto na quinta à noite e, simplesmente, esqueci. Burrice minha e prejuízo no bolso.

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