Só se deve abrir a boca quando se tem certeza

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

É impressionante como a imprensa brasileira, comprometida com a desinformação da população é capaz de omitir qualquer coisa que diga respeito a esse governo que ainda não disse ao que veio. Além de aumentar astronomicamente o número de ministérios, para em nome do toma lá dá cá, acomodar os cupinchas, propor uma reforma tributária que pode resultar em aumento de impostos em diversos setores do comércio e serviços, tem como objetivo maior, perseguir seus adversários políticos. Mas, o mais estapafúrdio foi a declaração de Luís Inácio dizendo na cúpula do G 20, na Índia, que no Brasil, o presidente russo Vladimir Putin jamais seria preso. Isso poderia ocorrer em 2024 quando a próxima reunião do G 20 será em terras brasileiras.

Ocorre, que essa declaração descabida encontrou represálias no mundo inteiro, pois Putin é alvo de um mandado de prisão pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crime de guerra na Ucrânia. Fadi Elabdallah, porta-voz da corte internacional disse que o Brasil tem a obrigação de cooperar com a prisão de Putin, já que o país é um dos signatários do Estatuto de Roma, que deu origem ao TPI, também conhecido como Tribunal de Haia. Luís Inácio fez ainda duas declarações bombásticas ao dizer: "Se eu for presidente do Brasil, e se ele (Putin) vier para o Brasil, não tem como ele ser preso. Ninguém vai desrespeitar o Brasil". Para desgastar ainda mais a imagem do país continuou a polemizar, ao falar que irá estudar a possibilidade de deixar o grupo dos 123 membros que são signatários do tratado penal internacional, o que jogaria o país no limbo.

Um porta voz do governo americano também já se manifestara contra essa afirmativa do presidente Luís Inácio, criticando sua postura antiamericana demonstrada pelo Brasil. Aliás, num outro arroubo de insensatez, nosso presidente em sua recente viagem à China e aos Emirados Árabes declarou, antes do seu retorno, em relação à guerra da Ucrânia,  que os Estados Unidos e a Europa contribuem para a continuidade do confronto; essa afirmação foi dita numa entrevista à Globo News, onde complementou com: “É preciso que os Estados Unidos e a União Europeia parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz e que Rússia e Ucrânia, país que foi invadido, têm responsabilidade pela guerra.” Nos últimos dias, nos bastidores, autoridades americanas deixaram o tom diplomático de lado e afirmaram que acreditam que o Brasil está tentando ajudar a Rússia.  A Casa Branca afirmou publicamente que o Brasil está repetindo a propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos.

Acho que Luís Inácio não conhece a história do mundo e não teve conhecimento do genocídio imposto por Stálin aos ucranianos, no início da revolução russa, quando num cerco atroz, onde era proibido entrar comida na Ucrânia, cerca de dois milhões de pessoas pereceram. Como o ódio entre os dois povos permanece e como a Rússia é muito mais forte que a Ucrânia, será que essa destruição do território ucraniano, através de bombardeiros maciços, não tem outros objetivos? Não devemos esquecer que foi Putin que invadiu o país vizinho, anteriormente já havia se apoderado da Criméia, pois Zelensky, na realidade, nunca pensou em declarar guerra aos russos.

Presidente Luís Inácio lembre-se, sempre, de que em boca fechada não entra mosca nem sai besteira.

Publicidade
TAGS:

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.